Cinco meses de obras depois, a taberna mais concorrida de Lisboa reabre com cozinha alargada, novos pratos e a estreia de lugares ao balcão. Mas a essência d’O Velho Eurico, na Mouraria, mantém-se.
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Nasceu na capital, mas assume-se “metade lisboeta, metade minhoto”, tão forte é a ligação de Zé Paulo Rocha ao Minho e à aldeia de Covas, em Vila Nova de Cerveira, de onde são naturais os pais. Não é de estranhar que há seis anos tenha recuperado O Velho Eurico, restaurante clássico da Mouraria gerido por Eurico Ferreira e Carolina Cunha, casal minhoto natural de Paredes de Coura, durante quarenta anos e até à sua reforma, dando-lhe nova vida. “Acho que é um motivo de orgulho para eles perceber que se continua o legado. Não da mesma forma, mas a receber bem como a malta do Minho sabe fazer, e com boa comida”, explica o chef e proprietário daquela que é – não será exagero dizer – a taberna moderna mais concorrida da cidade.
A mesma que acaba de reabrir, após uma pausa de cinco meses para remodelações, principalmente para alargar a cozinha, agora com o dobro do espaço, o que veio “facilitar muito” o trabalho diário. Além disso, passa a comer-se agora também ao balcão, “algo que queria há muito tempo”, com três novos lugares, que se juntam aos cerca de 45 no interior e aos 60-65 da esplanada.
Com a reabertura, a essência d’O Velho Eurico, essa mantém-se. “A equipa e o ambiente são os mesmos, apenas num espaço mais polido”, conta o jovem de 27 anos, que tem novos pratos e petiscos a estrear, sempre alinhados no receituário nacional e taberneiro. Entram agora em jogo o atum de cebolada; a chamuça de roupa velha; a pescada com todos, cozinhada a baixa temperatura, com feijão verde, batatinha nova e ovo cozido a meio tempo, com gema líquida; o prego do lombo; ou a torta de laranja, entre outros.
A ideia é agora “ir rodando pratos com maior regularidade”, adianta Zé Paulo, que mantém alguns dos clássicos da casa, como os croquetes de borrego, o arroz de pato e o bacalhau à Brás, além do pastel de leitão, que deverá regressar em breve. Outra novidade será um espaço de venda à janela, ao estilo grab and go ou para quem estiver à espera de mesa, mais focado em petiscos mais leves e bebidas.
Inegável é o caso sério de popularidade que o restaurante tem mantido há anos – neste momento, só há reservas para almoçar a partir de julho e para jantar a partir de agosto. “Não esperava que chegasse ao que é hoje. Fico feliz com o caminho que nos levou até aqui. É bom olhar em volta e ver que tenho a equipa cuore inicial. Todos os dias fazemos um bocadinho melhor. É por esse caminho que queremos ir”, diz o proprietário. O convite fica feito: “Queremos que se divirtam connosco, esta é a nossa casa e divertimo-nos muito. Sempre com a alma jovem e rockstar que nos caracteriza”, explica.
O Velho Eurico
Largo São Cristóvão, 3, Lisboa
Web: instagram.com/ovelhoeurico
Das 12h às 15h e das 19h30 às 22h30. Terça, só jantar. Encerra segunda.
Preço médio: 25 a 35 euros