Tem mais de setenta anos o Mugasa, a casa da Fogueira, Sangalhos, fundada pelos pais do chef Ricardo Nogueira.
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Tem mais de setenta anos o Mugasa, a casa da Fogueira, Sangalhos, fundada pelos pais do chef Ricardo Nogueira. Durante alguns anos funcionou como café, no mesmo local onde hoje encontramos o restaurante a que vamos com o sentido da gula apurado. Ricardo trabalha com os pais desde muito novo, o que faz dele um dos mais antigos obreiros da arte de assar o requinho. É também dos mais modernos, as suas contribuições para o aprimoramento de todas as fases de processamento do leitão são notáveis. É sem dúvida o grande tema desta grande casa.
As entradas disponíveis são diversas, recomendo os crocantes de leitão, semelhantes aos croquetes vulgares mas munidos de crocância que nos enfeitiça e faz pedir mais. Há também rissóis de leitão, como não podia deixar de ser, e com um queijinho de ovelha ficamos bem entrados na refeição.
O bacalhau cozido com todos é boa opção para quem não come carne e há mesmo um bacalhau assado com batata a murro que é muito bem feito. Aqui não escondemos a voracidade e vamos ao leitão. Há uma excelente cabidela de leitão, prato clássico de aproveitamento do jovem animal de que me confesso fã. Fazem-se iscas de fígado de leitão primorosas e suculentas que clamam por conferência.
Claro que há leitão assado à Bairrada, disponível à dose, inteiro, em quartos ou metades. A sedução começa na pele vidrada e enquanto não damos conta da empreitada não descansamos. Temos sempre a opção de levar para casa, mas aqui no restaurante é que é o momento certo de consumo. Gosto muito também da feijoada de leitão que a cozinha prepara, é uma ligação particularmente feliz, da leguminosa com as aparas da assadura. Faz-se aqui uma excelente chanfana à Bairrada e há bifes que são alternativas válidas, numa mesma mesa há sempre quem não gosta de leitão.
Nas doces terminações, temos um maravilhoso Morgado do Buçaco, o bolo maravilha feito em camadas, que aqui é fornecido pela pastelaria Flor de Aveiro. Uma guloseima para consumir sem moderação. Todas as outras sobremesas são feitas aqui em casa. Muito boa é a aletria da Dona Helena, textura perfeita e doçura no bom ponto. Também há bom pudim abade de Priscos, ornado com amêndoa torrada. E a mousse de chocolate deste Mugasa sabe sempre bem. Não se esqueça de encomendar no início o leitão que quer levar, no final da refeição pode já não haver. É sempre boa experiência, a refeição neste templo bairradino.