Aos 68 anos, atriz espanhola tem nos braços a primeira neta, concebida com esperma do filho Aless Lequio que morreu, em 2020, vítima de cancro raro. Bebé chama-se Ana Sandra.
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A semana passada, a notícia de que a atriz espanhola Ana Obregón tinha sido mãe, aos 68 anos, através de uma gestação de substituição, despertou críticas e abriu o debate sobre o assunto, por ser um método ilegal em Espanha. A artista confirma agora que a menina é filha de Aless Lequio, o filho que viu morrer, aos 27 anos, vítima de um cancro raro, ou seja, sua neta.
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"É filha do Aless", esclareceu durante a entrevista que deu à revista espanhola "¡Hola!". Ana explica que, após diagnosticada a doença oncológica ao filho, os médicos recomendaram a criopreservação de sémen antes de iniciar a quimioterapia, "para assegurar a hipótese de ter filhos". Só que, legalmente, a bebé é filha da apresentadora e é assim que registam os documentos de identificação. Um dia, a avó promete contar tudo à herdeira.
A menina, que se chama Ana Sandra - em homenagem às avós e ao pai - , nasceu a 20 de março em Miami, fruto de uma barriga de aluguer, concretizando, como a atriz garante, a última vontade de Aless. Ana Obregón conta que, em 2020, o jovem firmou o pedido, uma semana antes de morrer, através de um "testamento ológrafo", escrito pelo próprio punho antes de falecer que, mesmo sem a presença de um notário, "existe e é legal".
Todo o processo foi preparado em segredo. Só o ex-marido, o conde italiano Alessandro Lequio, e as irmãs, Amalia e Célia, sabiam de tudo, pois Obregón queria ter a bebé nos braços antes de anunciar ao mundo a boa nova.
Sobre opiniões alheias, Ana Obregón sublinha que só os pais que tenham perdido um filho a podem compreender e que o debate que se gerou é "absurdo".
Recorde-se que a ministra da Igualdade espanhola, Irene Montero, lembrou que a gestação de substituição "é uma prática que não é legal em Espanha", sendo reconhecida como "uma forma de violência contra as mulheres". "Esta técnica de reprodução assistida já se faz há anos e é legal em muitos países. Muitos casais que não podem ter filhos e casais homossexuais usam esta técnica. Então porquê este escândalo agora?", afirma a protagonista, convidando à reflexão.