Desde segunda-feira que Ângelo Rodrigues recebe tratamentos hiperbáricos no Centro de Medicina das Forças Armadas para aceleração da cicatrização das feridas na perna esquerda - que teve gangrena - e a regeneração dos tecidos.
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A par disso, e desde que foi internado nos cuidados intensivos do Hospital Garcia de Orta, em Almada, há cerca de duas semanas, o ator está a ser tratado com antibióticos e submetido a vacuoterapia.
"Primeiro, salva-se a vida. Depois, os tecidos. A seguir, há a reconstrução. A recuperação num processo como o do ator demora seis meses", disse esta quarta-feira ao JN o médico Biscaia Fraga, que não descura, ainda, a hipótese de amputação. "Se os tecidos, apesar de tudo, entrarem em necrose..."
Para quem faz o culto do corpo, da imagem, é uma catástrofe, em termos psíquicos, o que aconteceu. Vai precisar de muito apoio da família e de quem lhe é próximo
O que aconteceu, concretamente, com Ângelo Rodrigues, 31 anos, ainda é um mistério. O hospital não dá informações e a Glam, a agência que o representa, nada diz. Restam as suposições que apontam para injeções de testosterona na nádega esquerda que resultaram numa infeção generalizada. O ator esteve duas vezes no hospital e acabou internado em estado grave, operado duas vezes e a receber transfusões.
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"Tanto o instrumento utilizado [a seringa] como a testosterona [alterada] podem ter desencadeado a septicemia. A verdade é que ele ainda corre perigo de vida. A perna ficou sem circulação de sangue porque os tecidos ficaram muito inchados, como um garrote. É essa circulação que tem de ser retomada agora após a remoção de tecidos mortos", referiu Biscaia Fraga. Outro fator importante para a recuperação é o estado psicológico. "Ele está consciente e vai aperceber-se do que lhe aconteceu. A depressão pode dificultar a regeneração dos tecidos. Precisa de muito apoio".
Biscaia Fraga refere que os homens, entre os 18 e os 35 anos, têm muita relutância em aceitar que "algo correu mal". E que cada vez há mais a recorrer à testosterona. "Houve uma avalanche nos últimos seis anos entre jovens e universitários". As mulheres são mais cuidadosas. "Preferem o gel ou os comprimidos, raramente se injetam. E genericamente são mais cuidadosas com a higiene [dos utensílios e na limpeza de feridas]".