O eurodeputado Paulo Rangel falou abertamente sobre a sua homossexualidade, em entrevista ao programa "Alta Definição", na SIC, assumindo que optou por nunca se manifestar em televisão sobre assunto, para respeitar a família, principalmente a mãe.
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Rangel, que referiu brevemente ter sido alvo de "campanhas negras" sobre a sua sexualidade, explicou em conversa com o diretor de Programas da SIC, Daniel Oliveira, que manteve sempre a vida privada longe da Imprensa, mas que nunca escondeu a sua orientação sexual.
"É a vida privada e portanto não é nenhum segredo, mas também não é uma coisa para ser colocada nos jornais ou nas televisões", afirmou, referindo sempre tentou proteger a família, principalmente a mãe, católica, a quem a sua exposição pública poderia melindrar.
"É evidente que esta conversa que estou a ter aqui, não a teria tido até 2019 [ano em que a mãe morre], mas apenas para proteger a minha mãe. Não porque não fosse uma coisa que as pessoas não soubessem. Nunca fiz disso um segredo", prosseguiu.
Perante os pais, o eurodeputado nunca abordou o tema da homossexualidade. "Eles podem ter dificuldade em perceber coisas que para nós são evidentes, mas que para eles são difíceis, isso também é um ator de amor".
Referindo ainda um vídeo que circulou nas redes sociais, que o mostrava aparentemente alcoolizado, Rangel optou pela mesma abordagem franca e sem rodeios. Sublinhado que "não estava a fazer nada de mal", disse que é uma pessoa com "joie de vivre" e que se tratou "de um incidente". "Mas não foi o único da minha vida", acrescentou.
Questionado sobre se esta entrevista seria mais um sinal de que vai disputar a liderança do PSD, disse apenas "que o futuro o dirá".