Ao ar livre, com público e muita cor. Foram assim os desfiles de Miguel Vieira e Diogo Miranda no arranque do terceiro dia do Portugal Fashion.
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Após um ano e meio de confinamentos, restrições e incertezas, os designers provam não ter medo de arriscar. Hoje de manhã, o Portugal Fashion revelou o fruto da mudança, saindo da Alfândega do Porto rumo a outros locais da cidade.
Ao terceiro dia, Diogo Miranda foi o primeiro em ação, no terreiro da Casa do Roseiral, apostando mais nas cores, texturas e cortes do que nas formas. "Quis fazer uma coleção diferente e trabalhar mais a fluidez, pois as pessoas querem voltar às festas, cocktails casamentos", descreveu o designer de Felgueiras. Na passarela viram-se vestidos, mas também macacões e túnicas.
Enquanto as propostas de Diogo Miranda atraiam atenções, a escassos metros, Miguel Vieira ultimava os preparativos para a passagem que se seguiu, na alameda dos Jardins do Palácio de Cristal. O criador de São João da Madeira inspirou-se nas "cores do dia" e os coordenados combinaram com o espaço envolvente. Alguns já tinham sido vistos na semana de moda masculina de Milão, aos quais Miguel juntou "as partes do preto e do branco de homem e os vestidos pretos de mulher". Comungou ainda do espírito "mais festivo, numa altura em que começa a haver mais eventos", desconstruindo as noções de classicismo através dos detalhes.
A diversidade de Marques"Almeida
Na véspera, Marta Marques e Paulo Almeida fecharam o alinhamento com um desfile fora da caixa, num lugar ainda menos comum. No antigo Matadouro Industrial, em Campanhã, a celebrar dez anos de existência, a marca Marques"Almeida ignorou géneros, idades e biótipos, oferecendo diversidade.
No total, foram 71 coordenados exibidos, com modelos profissionais e não profissionais em cena, selecionados entre os muitos que responderam à chamada dos designers. 0 processo criativo contou ainda com o talento de seis artistas e designers do Porto.