Uma equipa chinesa conseguiu clonar, com sucesso, um macaco-rhesus com a mesma técnica utilizada na clonagem da ovelha Dolly.
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Pela primeira vez na história e depois de várias experiências fracassadas, um macaco clonado continua vivo e saudável três anos e meio depois do nascimento. ReTro é um macaco rhesus, que é uma espécie de primata utilizado em investigações científicas, dada a similaridade genética com seres humanos. “Está a crescer e a ficar mais forte todos os dias”, dizem os cientistas responsáveis pela experiência.
Esta não foi a primeira vez que nasceu um macaco clonado: a equipa de cientistas chineses responsável por este avanço científico - divulgado na terça-feira na revista Nature Communications - anunciou, em 2018, que tinha conseguido replicar duas macacas caranguejeiras. Mas, antes de ReTro, nunca um primata resultado de clonagem tinha vivido durante tanto tempo. Em comparação com as anteriores, esta experiência foi mais eficaz tendo em conta a relação entre embriões transferidos e gravidezes: foram usados 113 embriões e transferidos 11 deles para sete fêmeas, resultando em duas gestações e um nascimento.
A estratégia utilizada desta vez, que teve por base a técnica da Ovelha Dolly - o primeiro mamífero a ser clonado com sucesso a partir de uma célula adulta, em 1996 - foi otimizada e "melhorou significativamente a eficácia da clonagem de macacos, tanto em termos do número de embriões transplantados como do número de fêmeas grávidas utilizadas”, explicou o cientista Qiang Sun, co-autor da investigação, em declarações ao “El País”.
Os cientistas, que divulgaram agora o caso, afastam completamente que este tenha sido um passo em frente para um eventual cenário de clonagem humana, que repudiam categoricamente.