Operação das Finanças de Aveiro em empresas da Feira, Ovar, Espinho e Gaia. Simulavam pagamentos e com isso terão lesado o Estado em 15 milhões de euros
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A Autoridade Tributária (AT), através da Direção de Finanças de Aveiro, constituiu esta quinta-feira 22 arguidos ligados ao setor corticeiro por suspeitas da prática do crime de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais numa operação denominada "Fakecork" (cortiça falsa). Em causa estão gerentes de empresas que, segundo a AT, "estarão alegadamente envolvidas num esquema de emissão e utilização de faturação falsa de rolhas de cortiça e de simulação de pagamentos no valor de aproximadamente 50 milhões de euros que terão lesado o erário público em mais de 15 milhões de euros", refere um comunicado da AT. Segundo apurou o JN, em causa está o alegado recebimento indevido de IVA e o não pagamento de IRC.
Na manhã de hoje, perto de uma centena de inspetores~tributários, acompanhados por mais de meia centenas de elementos da GNR e PSP, cumpriram 24 mandados de busca, sendo 12 domiciliários, nos concelhos de Santa Maria da Feira, Ovar, Espinho e Gaia, no âmbito de um processo crime que corre termos no Departamento Investigação e Ação Penal (DIAP) de Santa Maria da Feira.
Esta operação "é o culminar de uma investigação iniciada em 2018 que contou com ações de vigilância e interceção de comunicações telefónicas e eletrónicas e bem assim com a análise a fluxos financeiros", refere o comunicado.
No âmbito destas diligências foram constituídos 22 arguidos, "sendo-lhes determinada como medida de coação o termo de identidade e residência". Foi apreendida documentação, telemóveis e outros equipamentos eletrónicos "tidos como relevantes para prova dos ilícitos em causa e bem assim apreendidos valores em numerário que ascendem a mais de uma centena de milhar de euros".