Drones utilizados para detetar aglomerações em zonas balneares. Sol convida a sair de casa, mas restrições à circulação mantêm-se.
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A PSP não vai hesitar, este sábado e domingo, em cortar os acessos a praias marítimas e fluviais e interditar espaços públicos de lazer se verificar a ocorrência, naqueles locais, de aglomerações de pessoas contrárias às regras do estado de emergência em vigor até ao próximo dia 2. Nas zonas balneares, a fiscalização vai ser apoiada por drones com câmaras de videovigilância.
A garantia foi deixada ontem pelo diretor do departamento de operações da PSP, Luís Elias, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo da GNR, Vítor Rodrigues, destinada, entre outros aspetos, a apresentar as medidas de fiscalização a implementar até depois de amanhã. Os militares apostam sobretudo na realização de operações rodoviárias, ações de sensibilização e patrulhamento de áreas residenciais.
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Os responsáveis reconhecem que, depois de mais de um mês de restrições à circulação e permanência na via pública para evitar a propagação da Covid-19, os cidadãos sentem já um "certo cansaço" e, atraídos pelo bom tempo, começam a sair mais de casa, mas apelam que não se dramatize. Ontem, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, lembrou, ainda, que há empresas industriais que tinham decidido suspender a sua atividade e que agora estão a recomeçar a laborar, obrigando os seus trabalhadores a circular na rua.
Só viagens essenciais
"Se essas saídas estiverem dentro daquilo que é o quadro legal, nada obsta a que as pessoas não saiam", frisa Vítor Rodrigues. Entre as normas, especifica, por sua vez, Luís Elias, estão o cumprimento das "normas básicas de distanciamento", a fuga a aglomerações e a permanência no espaço público durante o tempo "estritamente necessário" para um passeio higiénico ou para a prática desportiva.
Além destes momentos de lazer, a lei permite ainda que as pessoas se desloquem para ir ao supermercado ou à farmácia, passear o cão ou trabalhar. Estes últimos devem, apela a PSP, circular munidos de uma declaração da entidade patronal que ateste a situação. Cidadãos infetados com o novo coronavírus, ou sob vigilância ativa das autoridades de saúde por terem contactado com alguém nessa condição, estão proibidos de abandonar a habitação em qualquer circunstância.
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Vítor Rodrigues e Luís Elias elogiam, ainda assim, o clima geral de acatamento das ordens emitidas pelas autoridades que se vivido. No total, só entre 3 e 17 deste mês, houve 135 501 pessoas que aceitaram a notificação de polícias e militares para voltar para casa. Cerca de 34 mil foram idosos.