Restrições de acesso aos areais serão definidas esta semana. Câmaras municipais planeiam medidas e apelam ao bom senso dos veraneantes.
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As autarquias do Algarve vão ter pessoal nas praias para apelar ao afastamento entre toalhas e chapéus de sol durante a época balnear que não terá início, como em anos anteriores, em maio, devido à pandemia da Covid-19. O trabalho será feito em articulação com a Polícia Marítima, nadadores-salvadores, GNR e operadores turísticos.
Esta será uma das possíveis medidas a implementar na época balnear na região onde os municípios não acreditam na eficácia da medida de lotação limitada por praia, sendo que "há praias em que tal será impossível", diz ao JN António Pina, presidente da AMAL, a comunidade intermunicipal que reúne todos os municípios algarvios.
Durante esta semana, as regras a aplicar nas praias durante a época balnear, em data a definir, vão ser discutidas pela Agência Portuguesa do Ambiente, Instituto de Socorro a Náufragos, concessionários e nadadores-salvadores. Em cima da mesa está a limitação de acesso a praias logo nas estradas de acesso.
300 agentes para o país
António Costa já disse que serão necessárias medidas de restrição a articular entre as autarquias e capitanias. A Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima diz que não tem meios suficientes - são 300 agentes para 800 quilómetros de praias.
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"No Algarve, a sensibilização da população para o afastamento social é fundamental para impedir a aglomeração e tal será feito por todos os interessados em manter a região um destino seguro durante o verão", refere António Pina.
A mesma opinião tem José Ricardo, presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, principal destino balnear da capital. "Tenho visto um bom comportamento dos cidadãos no que respeita ao cumprimento das medidas do estado de emergência e acredito que serão os próprios veraneantes a cumprir e fazer cumprir esse distanciamento".
As medidas concretas para garantir o afastamento na época balnear no Algarve e na Costa da Caparica serão delineadas em reuniões futuras. Na Costa da Caparica, vão ser definidas tendo em conta três pilares, explica José Ricardo: "a contenção da pandemia, o interesse económico e o lazer, acreditando no bom senso".
Os 50 concessionários de praia da Costa da Caparica adivinham um verão fraco e anteveem encerramentos. "As concessões têm custos fixos. Só em nadadores-salvadores são precisos 15 mil euros por cada. Com a previsível diminuição de veraneantes, a receita pode não cobrir as despesas", alerta João Carreira, presidente da associação de concessionários local.