Acidente deixou menino tetraplégico: "Fomos vítimas do mau funcionamento da passagem de nível"
A condutora do automóvel envolvido no acidente numa passagem de nível com guarda em Caminha, em dezembro de 2020, que deixou tetraplégico um menino de 12 anos, filho de um casal amigo, declarou esta quinta-feira, em tribunal, que não teve qualquer culpa no facto de a viatura em que seguia ter sido albaroada pelo comboio.
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A arguida considera "uma crueldade" acusá-la de ter tentado contornar as barreiras de proteção, quando se tratou de uma situação provocada pelo "mau funcionamento" do mecanismo de sinalização sonora com barreiras. Sónia Ferreira, de 44 anos, é acusada de um crime de ofensa à integridade física por negligência e incorre numa pena de até dois anos de prisão ou multa.
O julgamento do caso arrancou nesta quinta-feira no Tribunal de Caminha, após uma tentativa falhada de acordo, que ainda poderá concretizar-se, segundo o advogado da arguida. "Estamos perante um crime semi-público, portanto é passível de haver desistência. Acho que há alguma animosidade no meio disto tudo, mas quem sabe a seu tempo...", disse Miguel Teixeira aos jornalistas, no fim da sessão, referindo que o processo "é especial e tem muita emoção à mistura", uma vez que envolve "pessoas que eram amigas" com uma "proximidade muito grande".