O empresário Fernando Valente, que a partir de 19 de maio será julgado por matar Mónica Silva, a grávida da Murtosa, ficou sem a guarda partilhada da filha, decidiu, esta semana, o Tribunal de Família e Menores de Gaia.
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Fernando Valente, de 37 anos, divorciado, economista e empresário, está a ser já investigado por suspeita de crimes de abuso sexual de menores, na sequência de uma busca realizada pela PJ de Aveiro, em 20 de maio de 2024, à sua residência, em Gaia.
A ex-mulher do suspeito de matar e esconder a grávida da Murtosa tinha requerido a guarda exclusiva da filha única do casal, de dez anos, o que foi concedido.
Fernando Valente e a ex-mulher divorciaram-se há cerca de cinco anos e até ao desaparecimento de Mónica Silva, na Murtosa, a criança, atualmente com dez anos de idade, passava cada semana, alternadamente, com a mãe em Gaia e com o pai na Murtosa.
A mãe da menina entende que face aos últimos desenvolvimentos do processo e ao conhecimento de novos factos, "o superior interesse da criança" impõe, segundo a ação judicial que agora intentou, passar a ter, ela própria, a guarda exclusiva da criança.
Fernando Valente, além de suspeito de matar a grávida da Murtosa, é investigado por alegados crimes de abuso sexual de menores, fraude fiscal e branqueamento de capitais, após ter sido apanhado com 90 mil euros não declarados escondidos no colchão.
Ainda segundo a mãe da criança, o seu ex-marido, além de deixar de ter a guarda da criança partilhada semanalmente, só deverá ter direito a visitas ocasionais da filha de ambos, mas mesmo assim sempre vigiadas por técnicos a indicar depois judicialmente.
Julgado com jurados em Aveiro
O empresário, acusado de crimes de homicídio agravado de Mónica Silva, grávida de sete meses, responde ainda por crimes de aborto agravado, de profanação de cadáver, posse de 6.910 euros em notas falsas e acesso ilegítimo a sistemas informáticos.
Fernando Valente, o único acusado de ter tirado a vida e feito desaparecer a grávida da Murtosa, na noite de 3 de outubro de 2023, tem o início do seu julgamento marcado para 19 de maio, no Palácio da Justiça de Aveiro, com intervenção de jurados.