
Paulo Abreu dos Santos exerceu funções no Ministério da Justiça entre 2023 e 2024
Foto: Direitos Reservados
Paulo Abreu dos Santos filmou abusos e chegou a ver pornografia infantil no gabinete de Sarmento e Castro.
No conforto de um gabinete do Ministério da Justiça, visualizava e armazenava conteúdos com pornografia de menores. Noutros locais, chegou a filmar-se em atos sexuais envolvendo crianças. É por estas suspeitas que Paulo Abreu dos Santos, adjunto da ex-ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ), na sexta-feira.
Este sábado, o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, onde o arguido terá confessado a posse dos conteúdos, colocou-o em prisão preventiva. O advogado de profissão foi sinalizado por organizações internacionais que monitorizam sites na Internet, mas também por grupos privados de aplicações encriptadas, como o Signal ou o Telegram, para localizar conteúdos envolvendo crimes sexuais contra menores.
Segundo uma informação hoje avançada pela CNN e confirmada pelo JN, numa das pesquisas, um dos pontos de acesso à internet que surgiram correspondia ao Ministério da Justiça. Foi informada a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime da PJ, que começou a investigar e reuniu provas que permitiram a obtenção de um mandado de busca e detenção, executado na sexta-feira.
Na residência do suspeito, na zona de Lisboa, os inspetores apreenderam o material informático e num telemóvel foram encontrados vídeos que indiciam crimes de abuso sexual de menor. Existem suspeitas de que o detido, de 38 anos, tenha filmado interações sexuais com menores e que os tenha partilhado em grupos privados de aplicações encriptadas.
Em computadores, a PJ encontrou centenas de ficheiros com conteúdos pornográficos envolvendo menores. Parte desse material terá sido visualizado e guardado através da internet do Ministério da Justiça, entre 2023 e 2024, quando Abreu dos Santos auxiliava a ministra do Governo de António Costa.

