
A faculdade realça que está a colaborar com as autoridades
Foto: Carlos Pimentel / Arquivo
A Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) e a sociedade de advogados Ana Bruno & Associados reagiram à detenção de Paulo Abreu dos Santos, antigo colaborador do escritório e assistente convidado da instituição académica, manifestando surpresa e consternação perante o caso.
Paulo Abreu dos Santos, que tem 38 anos e também foi adjunto do gabinete da anterior ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, foi detido na quinta-feira e ficou em prisão preventiva, por suspeitas de abuso sexual de menores e pornografia de menores.
Em comunicado, a sociedade de advogados afirmou que ficou "chocada e consternada" com o caso. Dizendo-se "completamente alheia e desconhecedora dos alegados comportamentos" do detido, esclareceu ainda que este já não integrava os seus quadros quando os factos sob investigação terão ocorrido.
A FDUL também veio ontem a público para informar que suspendeu o contrato de trabalho em funções públicas que mantinha com o arguido, que exercia como assistente convidado. O diretor da faculdade, Eduardo Vera-Cruz Pinto, garante que está a assegurar a continuidade da avaliação e do acompanhamento dos estudantes das unidades curriculares lecionadas pelo docente, acrescentando que a instituição está a recolher informação adicional e a colaborar com as autoridades.
Alerta internacional
Paulo Abreu dos Santos, que exerceu funções no Ministério da Justiça em 2023 e 2024, foi detido pela Polícia Judiciária depois de esta ter recebido informações recolhidas por organizações internacionais que monitorizam a utilização de pornografia infantil na internet e terá recolhido dados que apontavam como o Ministério da Justiça como um dos pontos de acesso a tais conteúdos.
Na casa do arguido, a PJ apreendeu material informático e um telemóvel com centenas de ficheiros de pornografia com menores. Alguns vídeos terão indiciado a prática de crimes de abuso sexual também por parte do arguido. A PJ investiga a hipótese de este ter filmado interações com filhas de familiares ou amigos e partilhado os conteúdos em grupos privados nas aplicações Signal e Telegram. Segundo noticiou ontem a CNN Portugal, o arguido terá admitido, após a sua detenção, a prática de dois crimes de abuso sexual.

