Rapaz de 16 anos tem vasto historial de violência e já esteve institucionalizado. Encostava facas ao pescoço da progenitora para a ameaçar de morte.
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Tem apenas 16 anos, mas já conta com duas condenações - e uma passagem de 18 meses por uma instituição - por agressão violenta a colegas de escola e, anteontem, foi colocado na ala psiquiátrica da cadeia de Santa Cruz do Bispo, por ter atacado e ameaçado de morte a mãe e o irmão mais novo.
Em várias ocasiões, o adolescente chegou a encostar uma faca ao pescoço e à barriga da progenitora. A GNR, que deteve o jovem de Penafiel no último sábado, descreve-o como "perigoso, manipulador e revoltado".
O rapaz cresceu a ver o pai, um agente da PSP condenado por violência doméstica, a bater na mãe e desde muito cedo passou a imitar os comportamentos violentos a que assistia em casa. Nas escolas que frequentou foi sempre uma ameaça para colegas, funcionários e professores.
Quando ainda tinha 14 anos, atacou um aluno com tal violência que foi colocado, por ordem do tribunal, numa instituição vocacionada para menores problemáticos. Uma tentativa de correção que não produziu os efeitos desejados. Após cumprir a pena, foi acolhido pelo pai, contudo, pouco tempo depois, foi expulso da habitação da família.
Voltou para junto da mãe, que vivia no Porto, e manteve o comportamento violento. Sem motivo, ou apenas porque não gostava de ser contrariado, ameaçava-a e agredia-a com pontapés e estalos. Num dos casos, partiu o telemóvel da vítima e, encostando-lhe ao pescoço o vidro do aparelho, ameaçou matá-la após perceber que a PSP tinha sido chamada. Aos polícias, a mulher, com medo do próprio filho, nada contou do que estava a suceder.
Na sexta-feira da semana passada, a família abandonou a residência do Porto para, devido à Covid-19, proteger a idosa com quem viviam, e regressou à terra natal, no concelho de Penafiel. Logo na viagem, o adolescente repetiu ameaças antigas e, já com a família instalada, agrediu novamente a mãe.
Esta alertou, no dia seguinte, a GNR, e uma equipa do Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas foi ao local onde acabou por deter o rapaz. Este passou duas noites na cela antes de, no início da semana, ser levado à presença do juiz. No final do interrogatório judicial, foi colocado em prisão preventiva, na ala psiquiátrica do estabelecimento prisional de Santa Cruz do Bispo.
Pormenores
À espera de vaga
No dia 13 de março, o adolescente voltou a ser condenado por agressão a um colega menor. Teria de voltar a ser institucionalizado, mas aguardava vaga numa entidade oficial.
Mãe com hematomas
A mãe do adolescente apresentava vários hematonas e outros sinais de agressões recentes e mais antigas. Nunca foi, no entanto, assistida num hospital.