O advogado de José Sócrates lamentou, esta quarta-feira, que "não tenha sido aproveitada uma oportunidade de se fazer justiça", referindo-se à recusa pelo Supremo Tribunal de Justiça de um pedido de libertação imediata do ex-primeiro-ministro.
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Em comunicado enviado à agência Lusa, João Araújo sublinhou, contudo, que a iniciativa de pedir 'habeas corpus' para libertar José Sócrates partiu de um cidadão que diz não conhecer e que o pedido não se insere na estratégia definida para a defesa do ex-primeiro-ministro.
Porém, explicou, durante as sua alegação no STJ tentou "apontar para uma decisão justa".
"Seja como for, tentei, como me compete, apontar para uma decisão justa. O Supremo Tribunal de Justiça limitou a sua apreciação ao teor da petição apresentada pelo referido cidadão (Miguel Mota Cardoso)", acrescentou.
O advogado disse lamentar que "não tenha sido aproveitada uma oportunidade de se fazer justiça", mas assegurou que a defesa de José Sócrates "prosseguirá o seu caminho".
A 21 de novembro último, o antigo líder do PS foi detido e, após interrogatório judicial, ficou em prisão preventiva, por o juiz considerar existir perigo de fuga e de perturbação da recolha e da conservação da prova.
Está indiciado dos crimes de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada num processo que envolve outros arguidos, incluindo o empresário e seu amigo de longa data Carlos Santos Silva, também em prisão preventiva.
O inquérito está alegadamente relacionado com ocultação de património e com diversas transações financeiras, mas a defesa alega que os investigadores ainda não avançaram com quaisquer indícios relativos ao crime de corrupção, designadamente se é corrupção passiva e se envolve ato lícito ou ilícito.
Sócrates está detido no Estabelecimento Prisional de Évora, onde já recebeu visitas de destacadas figuras do PS, incluindo do antigo Presidente da República Mário Soares.