O processo de tráfico com ramificações internacionais de 55 armas Glock da PSP começou, esta quinta-feira, no Tribunal de Lisboa, com o principal arguido, responsável pela guarda das armas, a negar os crimes.
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"Em qualquer parte do país pode-se aceder ao sistema informático de registo de armas", disse Luís Gaiba, acrescentando que não era o único com as chaves do depósito de armas. "Chefes e oficiais também tinham a chave".
São 12 os arguidos que respondem por tráfico e mediação de armas e associação criminosa, mas é a quatro que o Ministério Público (MP) imputa a organização da rede criminosa que vendeu armas da PSP a criminosos, traficantes de droga principalmente. Crimes ocorreram entre dezembro de 2015 e janeiro de 2017.
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Para além de Luís Gaiba e David Chora, responsáveis pela divisão de armamento da PSP que, segundo a acusação, desviavam as armas e iludiam o registo informático, João Paulino, envolvido no processo de Tancos e António Laranginha, amigo próximo de Luís que recrutava vendedores das armas, constituíam a rede criminosa.
Parte das armas foram encontradas em Espanha, no Porto e outras chegaram a ser exportadas para Guiné-Bissau, dissimuladas em caixas de ovos.
O MP considera que os arguidos, ao venderem as armas a grupos criminosos, "permitiram que estas viessem a ser utilizadas em ilícitos criminais de enorme gravidade, o que vem contribuir em grande parte para o sentimento de intranquilidade pública que se vem gerando no país".