Cadastrado andava em fuga desde 24 de setembro e foi apanhado em Braga. Fez mais três assaltos com cúmplice.
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Um alerta num grupo informal na aplicação WhatsApp, integrado por militares da GNR, foi decisivo para a captura do cadastrado André "Pirata" e de um comparsa, em Adaúfe, Braga. Graças a esta rede social, um guarda de folga, que conhece as áreas onde o assaltante andava a monte, pegou na sua moto e bateu a zona até dar com o homem que, a 24 de setembro, deixou a companheira a morrer à porta do Hospital de S. João da Madeira, após a jovem ter sido baleada pela PSP, durante mais um assalto de "Pirata"
André Filipe Oliveira, 29 anos, estava fugido desde essa madrugada de setembro, aquando da morte de Inês Carvalho, de 23 anos. Entretanto, desafiou as autoridades policiais, ao publicar, na passada quarta-feira, nas redes sociais, um vídeo numa luxuosa suíte de um hotel no Grande Porto, onde festejava com duas garrafas de champanhe ter conseguido escapar ao cerco das forças de segurança.
Para além do desafio público às polícias, André "Pirata" e um cúmplice, Fernando Serrão Gonçalves, 23 anos, igualmente de S. João da Madeira, cometeram mais três assaltos ontem de manhã: dois no centro da vila da Póvoa de Lanhoso e outro na freguesia de Covelas, próxima de Amares e Braga.
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Barricada policial
O destacamento da Póvoa de Lanhoso emitiu um alerta a toda a rede da GNR. Uma patrulha do posto da GNR de Amares esperou estrategicamente que a dupla fosse em direção àquela localidade.
Poucos minutos depois das 10 horas, os militares tentaram barrar a carrinha onde iam os assaltantes, que furtaram, no passado dia 7, numa empresa de construção civil em Guimarães. No entanto, o condutor, Fernando Gonçalves, abalroou a viatura policial e iniciou uma fuga pela Estrada Nacional 205-4, na direção de Braga. Os militares da GNR continuaram a perseguição e de Braga veio outra viatura da GNR. A certa altura, os assaltantes bateram contra um muro.
Fernando Gonçalves foi de imediato detido pela GNR, mas André "Pirata" fugiu em direção a campos de cultivo, em Adaúfe, a maior freguesia de Braga, o que dificultou a sua detenção, que ocorreu perto das 12,30 horas, ao lado da Capela de Nossa Senhora da Nazaré. O fugitivo esteve escondido numa casa abandonada, na Avenida da Imaculada Conceição, em Adaúfe, a 200 metros do local do embate e onde estavam muitos dos militares envolvidos na perseguição.
Detido ao lado de capela
Quando militares dos postos da GNR de Amares e de Braga, tal como dos destacamentos da Póvoa de Lanhoso e de intervenção de Braga, se preparavam para uma batida pelo Monte Pedroso, nas traseiras das Sete Fontes, em Braga, o guarda de folga, ligado ao posto da GNR de Braga, circulava de mota e deu com "Pirata" a sair da casa abandonada. Avisou os colegas, iniciando-se uma corrida desenfreada pela EN 205-4.
Chegou a ser abordado um jovem com características físicas similares ao fugitivo, mas rapidamente o mesmo agente da GNR à civil voltou a avistar o "Pirata", que ainda se escondeu ao lado da Capela de Nossa Senhora da Nazaré. Numa operação acompanhada pelo JN, foi de imediato algemado e conduzido ao posto da GNR de Amares.
Retrato
Vizinhos dizem que Inês Carvalho era vítima de violência doméstica
Inês Carvalho, de 23 anos, viveu desde sempre no Bairro das Condominhas, a centenas de metros do Bairro da Pasteleira Nova, no Porto, onde pernoitava o namorado, André "Pirata". Uma vizinha descreveu a vítima ao JN como uma jovem simpática, bem-disposta, que viveu algum tempo com André "Pirata", até ser expulso pelos pais de Inês. A mesma fonte revelou que Inês era vítima de violência doméstica e o namorado era malvisto.
Pormenores
PSP esteve alerta
A PSP de Braga esteve alerta para a eventualidade de "Pirata" e o seu comparsa Fernando Gonçalves conseguirem entrar na cidade de Braga, colocando-se em vários pontos estratégicos para auxiliar a GNR, revelou o Comando Distrital.
Levados a tribunal
A fim de serem aplicadas medidas de coação, os dois assaltantes serão apresentados hoje de manhã no Tribunal de Vieira do Minho, que está de turno à Comarca de Braga. Estão indiciados por crimes de furto em residências, posse de armas proibidas e condução perigosa. Em causa estão, para, já três assaltos na Póvoa de Lanhoso.