Aníbal Pinto: "Eu não via jogos de futebol porque preferia ver o Panda com o meu neto"
Aníbal Pinto, o advogado acusado em 2015 de ter intermediado uma tentativa de extorsão de Rui Pinto à Doyen, afirmou esta sexta-feira em tribunal que, nessa altura, nem sabia o que era aquele fundo de investimento
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Atualmente colaborador desportivo, Aníbal Pinto garante que, antes de assumir essa posição, em 2019, "não via jogos de futebol" "preferia ver o Panda [canal de televisão infantil] com o meu neto", assegurou, num interrogatório em que o coletivo de juízes expressou, várias vezes, as suas dúvidas perante o desconhecimento revelado pelo arguido.
O advogado contrariou ainda a versão do Ministério Público de que o encontro numa bomba de gasolina da A5, em Oeiras, com Nélio Lucas e Pedro Henriques serviria para arranjar uma forma de concretizar a extorsão. "Eu disse: estou aqui para negociar um contrato de prestação de serviços", reiterou.
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O arguido apoiou a sua versão dos acontecimentos em e-mails, SMS e transcrições de escutas que não constam da acusação do Ministério Público (MP) e que serão agora juntas, em parte, ao processo.
Em tribunal, Aníbal Pinto afirmou ainda que avisou Rui Pinto de que, se houvesse extorsão, poderia ser condenado a 15 anos de prisão, aconselhando-o a desistir expressamente e por escrito da intenção de obter dinheiro a troco de não divulgar documentação relacionada com a Doyen no Football Leaks. A recomendação foi aceite pelo hacker, autointitulado denunciante.
O julgamento prossegue a 15 de setembro, com as respostas de Aníbal Pinto às perguntas da procuradora do MP e dos advogados. A sessão decorre a partir das 9.30 horas, no Tribunal Central Criminal de Lisboa.
O arguido está acusado de um crime de extorsão na forma tentada, em coautoria com Rui Pinto. Este está, por sua vez, acusado da prática de mais 89 ilícitos.
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