Apreendidos mais de 1,5 milhões de medicamentos contrafeitos no Aeroporto de Lisboa

A Operação SHIELD IV envolveu autoridades judiciais, aduaneiras, médicas e antidopagem de 30 países em três continentes com o objetivo de combater o tráfico de medicamentos falsificados e mal utilizados e de substâncias dopantes ilícitas. Em Portugal, a AT intensificou os controlos na via postal, onde se concentra a maior parte do tráfico de medicamentos contrafeitos, para além da carga área.

"Como resultado das ações realizadas pela AT foi possível impedir a entrada de 1 664 081 doses individuais de medicamentos, apresentados em diversas formas: comprimidos, ampolas, saquetas, injeções, canetas injetáveis, para além de cerca de 2000 outras embalagens de medicamentos (bisnagas, sprays, etc.)", anunciou a AT através de comunicado.

Alfândega do Aeroporto de Lisboa apreendeu 1, 5 milhões de comprimidos

O organismo precisa que numa só apreensão, realizada pela Alfândega do Aeroporto de Lisboa, fruto da aplicação de crítérios de risco, foram detetados mais de um milhão e meio de medicamentos, na sua maioria para a disfunção eréctil, mas também substâncias dopantes e medicamentos com base em narcóticos.

A AT acrescenta que, em termos gerais, as principais categorias de medicamentos apreendidos consistiram em medicamentos para a disfunção eréctil, seguidos de anti-inflamatórios, produtos para emagrecimento e anti infeciosos. Outras apreensões relevantes incluem medicamentos destinados a tratamentos estéticos (por exemplo Botox), assim como de semaglutido, medicamento destinado ao tratamento da diabetes, mas igualmente utilizado para emagrecimento.

Em comunicado, a AT alerta que "os medicamentos vendidos através da Internet, que são enviados por via postal e que foram o principal objeto da presente operação, são na sua grande maioria contrafeitos, não contendo os princípios ativos dos medicamentos genuínos, e podem ter graves consequências à saúde dos seus consumidores".

Mais de mil suspeitos e 63 milhões de euros em apreensões

A Europol, que coordenou a operação desenvolvida entre abril e outubro do ano passado, acrescenta que foram detidos 296 suspeitos e outros 988 foram constituídos arguidos, tendo 52 grupos criminosos sob investigação. Foram apreendidos artigos no valor de 63 milhões de euros, destacando-se 636 mil embalagens de medicamentos ilegais, 69 mil quilos de ingredientes em estado bruto, 11 mil litros de substância ativas, 121 mil frascos e ampolas e mais de 12 milhões de tabletes e comprimidos.

Foram desmantelados quatro laboratórios ilegais, 92 endereços eletrónicos encerrados, 4321 ações inspetivas realizadas e cerca e 8 mil controlos anti-doping efetuados.