Muitos dos alojamentos ilegais que acolhem imigrantes estão situados em armazéns de lojas existentes no rés do chão de velhos prédios da cidade do Porto.
Corpo do artigo
“Eram espaços de apoio ao estabelecimento que foram transformadas para receber pessoas. Num deles encontrámos 18 quartos construídos em pladur”, descreve o comandante do Núcleo de Estrangeiros e Controlo Fronteiriço, da PSP do Porto.
O subintendente Costa Pereira acrescenta que também há casos de apartamentos arrendados de forma lícita, mas que depois são modificados para alojamentos ilegais. “O arrendatário, sem o conhecimento do dono do apartamento, converte os espaços comuns, como a sala e hall, em quartos para acolher o maior número possível de pessoas”, exemplifica.
Numa das fiscalizações feitas pela PSP do Porto, recorda o responsável do Núcleo de Estrangeiros e Controlo Fronteiriço, foi sinalizado um T3 que era a casa de 18 imigrantes.
Exploração
Cada um dos imigrantes a residir em alojamentos ilegais, apurou o JN, paga uma renda entre os 200 e os 400 euros, montantes em conta para os preços praticados no mercado imobiliário da cidade Invicta. “Quase todos os imigrantes aceitam estas condições porque não têm possibilidade financeira para pagar as rendas de um espaço legal”, justifica o subintendente Costa Pereira.
Certo, sabe ainda o JN, é que a maioria dos senhorios que explora imigrantes em dificuldades têm a mesma nacionalidade dos inquilinos. E continuam com o “negócio” mesmo após serem fiscalizados pelas diferentes autoridades.