A GNR identificou, esta sexta-feira, 69 imigrantes a viverem em tendas de campismo e usados como mão-de-obra barata e sem contratos de trabalho na colheita da pera rocha no Cadaval, tendo identificado o patrão.
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A comandante do Destacamento de Lisboa da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras, Inês Gomes, explicou à agência Lusa que os imigrantes, com idades entre os 16 e os 24 anos, foram encontrados a dormir em tendas de campismo e a tratarem das suas "questões higienossanitárias no meio da rua" no recinto exterior de um armazém agrícola.
Todos são de países africanos, à exceção de uma mulher que adquiriu a nacionalidade portuguesa, mas tinham autorização de permanência no país, por serem "todos estudantes do ensino profissional em Portugal e estarem a aproveitar as férias para ganharem algum dinheiro".
Estes trabalhadores "não tinham qualquer contrato de trabalho e eram angariados a custos muito baixos", adiantou a mesma fonte.
Dos 69 identificados, 43 são mulheres e 26 são homens. Treze têm menos de 18 anos.
O proprietário da exploração foi identificado pelo crime de angariação de mão-de-obra ilegal.
A GNR realizou uma fiscalização na sequência de uma denúncia sobre a existência de vários cidadãos "a viverem em condições menos dignas num armazém, alegadamente usados como mão-de-obra laboral".
Os militares levantaram ainda várias contraordenações, uma por angariação de mão-de-obra ilegal, outra por utilização da atividade de cidadão estrangeiro em situação ilegal e sete por permanência ilegal em território nacional.
Foi ainda elaborado um auto de contraordenação ambiental por descarga ilegal em linha de água, por parte do Núcleo de Proteção Ambiental do Destacamento Territorial de Alenquer.
A ação de fiscalização desencadeada pela Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras da GNR contou com a participação de militares dos postos territoriais do Cadaval e da Merceana (Alenquer), dos Núcleos de Fiscalização Territorial de Imigração de Lisboa e de Santarém e do Núcleo de Proteção Ambiental de Alenquer.