Começaram a chegar aos profissionais da PSP e GNR os recibos do aumento do subsídio de risco e, com eles, algum descontentamento. Fruto de deduções do IRS, da Caixa Geral de Aposentações ou da assistência na doença, os valores ficaram, em alguns casos, reduzidos a cerca de metade.
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O aumento incidiu sobre a componente fixa do subsídio, de 100 para 300 euros este ano, 350 no próximo ano e 400 em 2026. Além dessa, o subsídio tem uma componente variável, de 20% do salário base.
Foi do aumento da componente fixa que foram emitidos recibos, relativos a julho e agosto. Nas redes sociais, houve desagrado com os descontos, mas o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), Armando Ferreira, diz que “o problema não é a fiscalidade”. “O Governo deveria ter percebido que, na realidade, estava a dar uma ninharia aos polícias. Com os suplementos, as pessoas sobem de escalão de IRS. Por isto é que achei sempre que era um mau acordo”, diz.
“Sem novidade”
Para a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) “não houve novidade alguma”. “Era previsível e só se notou mais porque o montante veio num recibo parcial. Mas temos de pensar que estamos a contribuir para a nossa reforma e que haverá acertos em sede de IRS”, considerou Paulo Santos, líder da ASPP.
“Aceitámos o acordo não por ser bom, mas por ser o possível na altura. E não vamos baixar os braços. Na altura das reuniões com o Governo também ficou acordado passarmos à negociação daquilo que para nós é primordial, como o Estatuto Remuneratório ou a portaria dos serviços remunerados”, contou César Nogueira, da Associação dos Profissionais da Guarda/GNR.