Autarca de Sines afirma que é "inocente" e promete continuar a trabalhar pelo "interesse público"
O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, libertado na segunda-feira apenas com termo de identidade e residência após ter estado seis dias detido no âmbito da Operação Influencer, assegurou esta terça-feira que não praticou qualquer crime.
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"Estou inocente, ou estando inocente como estou, foi com a seriedade possível que lidei com esta situação, convicto de que sempre pautei a minha conduta de presidente da Câmara Municipal de Sines na prossecução do interesse público inerente ao exercício das funções para as quais fui eleito", afirmou, numa declaração pública na autarquia, o socialista, salientando que prestou "todos os esclarecimentos" que lhe foram solicitados em tribunal.
Nuno Mascarenhas, de 56 anos, foi detido na terça-feira por, no entender do Ministério Público, ser suspeito dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência e prevaricação, mas acabou por ser libertado seis dias mais tarde pelo juiz de instrução que o interrogou e que considerou não existirem indícios dos crimes que lhe são atribuídos pelos procuradores.
"A verdade, em bom rigor, é que a Justiça falou e decidiu, nesta fase, afirmar a minha inocência. [...] A Justiça fez o seu papel e concluiu que não existe qualquer ilícito na minha conduta, no exercício das minhas funções de presidente da Câmara Municipal de Sines, às quais, aliás, tenho dedicado os últimos dez anos da minha vida", sublinhou, esta terça-feira, o autarca.
Agora, Nuno Mascarenhas irá aguardar "com serenidade e tranquilidade" o desenrolar da investigação, sem deixar a liderança do executivo municipal. "Iremos continuar a desenvolver o nosso trabalho com o sentido de compromisso público, para que o concelho de Sines se mantenha um concelho atrativo para as pessoas, para as empresas, e para todos aqueles que queiram investir, público e /ou privados, esperando desta forma continuar a lutar para o crescimento e o desenvolvimento de Sines, do seu território e da sua região", prometeu.
Na declaração, sem direito a perguntas e transmitida em direto pela RTP3, o edil agradeceu à população do município, a todos os que "demonstraram a sua solidariedade", aos seus "colegas de executivo" e à família. "Estes foram dias muito difíceis, marcantes, com impacto na minha vida pessoal e familiar", desabafou.
Além de Nuno Mascarenhas, foram detidas na Operação Influencer outras quatro pessoas, igualmente libertadas. Vítor Escária, ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro, ficou proibido de sair do país, tal como Diogo Lacerda Machado, consultor da Star Campus. Este último ficou ainda obrigado a prestar uma caução de 150 mil euros. Já o diretor executivo da sociedade, Afonso Salema, e o seu diretor jurídicos, Rui Oliveira Neves, têm de prestar uma caução de, respetivamente, 200 mil e 100 mil euros.
O Ministério Público recorreu das medidas de coação. Os arguidos negam todas as suspeitas.