Uma avaria na carrinha dos serviços prisionais obrigou ao adiamento da sessão do julgamento das mulheres acusadas da morte e desmembramento do corpo de um jovem no Algarve.
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A audiência, marcada para as 9.15 horas desta segunda-feira no Tribunal de Portimão, foi reagendada para dia 24, altura em que deverão ser feitas as alegações finais.
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A avaria ocorreu durante a viagem desde o Estabelecimento Prisional de Tires até ao Algarve. Uma das carrinhas, que transportava uma das arguidas, ficou imobilizada na A2, a cerca de 100 quilómetros de Portimão. O coletivo de juízes aguardou que a situação fosse resolvida, mas, a meio da manhã, acabou por decidir reagendar a sessão.
As arguidas, Maria Malveiro, segurança, de 20 anos, e Mariana Fonseca, enfermeira, de 24, estão acusadas de homicídio qualificado, profanação de cadáver, dois crimes de acesso ilegítimo, um de burla informática, roubo simples e uso de veículo.
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De acordo com a acusação, as duas mataram Diogo Gonçalves, de 21 anos, em março do ano passado, com o objetivo de roubar os 70 mil euros de indemnização que recebera pelo atropelamento mortal da mãe. O corpo do jovem foi desmembrado e os restos mortais espalhados por várias zonas do Algarve. As arguidas cortaram-lhe os dedos para acederem às contas bancárias, desbloqueando os telemóveis com as impressões digitais.
O julgamento começou a 24 de fevereiro e ficou marcado pelas declarações das arguidas, que se acusaram mutuamente. Quando foram detidas e ouvidas em primeiro interrogatório judicial por um juiz de instrução, as duas assumiram a participação na morte, no desmembramento do corpo e na ocultação dos restos mortais.
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Na altura, eram namoradas, estavam noivas e pediram para ficar juntas, na mesma cela, em prisão preventiva. Mas, durante o julgamento, e já depois de terem terminado a relação, decidiram prestar declarações e alteraram as versões iniciais.
À saída do tribunal, após ver a sessão adiada, a advogada de Maria Malveiro, Tânia Reis, disse aos jornalistas que a avaria da carrinha "são coisas que acontecem", prevendo que na próxima sessão decorram as alegações finais