Dois homens residentes em Lousada e uma empresa sediada em Penafiel vão ser julgados no Tribunal de Beja por burla qualificada. Terão comprado 105 vitelas, no valor de 69 995 euros, a três produtores alentejanos, mas nunca as terão verdadeiramente pagado.
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Os arguidos “conceberam um plano para ludibriar terceiros e obter dinheiro para gastar em proveito próprio”. O esquema passaria pelo “contacto com os produtores de bovinos, faziam depósitos fictícios, recebiam as cabeças de gado, sem efetuar o pagamento”, segundo a acusação a que o JN teve acesso.
O Ministério Público de Santiago do Cacém explica que os arguidos depositavam os cheques nas contas das vítimas na quinta-feira e avisavam-nas. Ao consultarem os movimentos, aparecia-lhes o valor combinado como “saldo contabilístico”.
Vendiam logo os animais
Depois, iam logo ter com as vítimas e levavam as vitelas e as faturas. Nesse mesmo fim de semana, deslocavam-se a outras explorações e vendiam rapidamente os animais, ainda que abaixo do valor da compra.
Só no início da semana seguinte é que os bancos se apercebiam de que os cheques não tinham saldo e anulavam a operação. Porém, nessa altura já os animais tinham sido despachados.
Os dois indivíduos e a empresa estão acusados de três crimes de burla qualificada, um das quais na forma agravada. Estão em liberdade, sujeitos a termo de identidade e residência.