<p style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%">As buscas da Polícia Judiciária no Estádio da Luz terminaram ao final da tarde desta terça-feira. Paulo Gonçalves passa a noite na prisão.
Corpo do artigo
O assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves passou a noite nos calabouços da Polícia Judiciária de Lisboa, para ser ouvido, quarta-feira, por um juiz, no âmbito de uma investigação a alegados atos de corrupção de funcionário judicial.
9165312
O assessor jurídico do Benfica foi um dos alvos das buscas da PJ, que decorreram esta terça-feira no Estádio da Luz.
9164452
O gabinete de trabalho do assessor jurídico da SAD do Benfica é equiparado a escritório de advocacia, razão pela qual um representante da Ordem dos Advogados está a acompanhar a diligência dos inspetores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.
Da parte da manhã, foi vasculhada a casa de Paulo Gonçalves, em Santarém, onde foi detido, por suspeitas de crimes de corrupção ativa para ato ilícito, entre outros crimes.
Em face de no Estádio do Benfica se situar o gabinete do homem de confiança do presidente Luís Filipe Vieira, e pelo facto de as autoridades pretenderem apurar, ao certo, as eventuais contrapartidas oferecidas por Gonçalves, em nome do clube, a funcionários judiciais, a busca foi mais demorada. Às autoridades também importa saber mais informações que o jurista possa ter recebido, de forma ilícita, através dos seus contactos no meio judicial, no interesse do Benfica.
Todas as outras buscas da PJ terminaram mais cedo, tendo sido constituídos mais três arguidos, além dos dois detidos - Paulo Gonçalves e José Nogueira da Silva, funcionário judicial afeto ao Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça.
Em comunicado sobre as diligências que diz ser alvo, o Benfica afirmou ter "total disponibilidade em colaborar com as autoridades no integral apuramento da verdade".
Não se demarcando mas atribuindo os atos suspeitos ao assessor jurídico, o Benfica manifestou a "sua confiança e convicção de que o Dr. Paulo Gonçalves terá oportunidade, no âmbito do processo judicial, de provar a legalidade dos seus procedimentos".
Por fim, anunciou que "irá pedir com caráter de urgência uma audiência à Senhora Procuradora-Geral da República, pelas reiteradas e constantes violações do segredo de justiça, sobre os processos que envolvem o clube, numa estratégia intencional e com procedimentos fáceis de serem investigados, como hoje foi claramente comprovado".
No processo que deu origem à Operação E-Toupeira investigam-se suspeitas de ilícitos de corrupção ativa e passiva, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal.