O principal suspeito de planear e executar o assalto aos paióis militares de Tancos remeteu-se, esta quarta-feira, ao silêncio na instrução do processo, destinada a apurar se existem indícios suficientes para o caso seguir para julgamento.
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Na terça-feira, 28 de janeiro, será libertado por se esgotar o prazo máximo para estar em prisão preventiva.
O interrogatório de João Paulino estava agendado para as 09.30 horas de esta quarta-feira no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, mas a diligência terminou ainda antes das 10 horas, depois de o arguido ter recusado prestar, para já, declarações perante o juiz Carlos Alexandre.
Em causa está o facto de a defesa de João Paulino não ter ainda tido acesso ao conteúdo das duas ações encobertas desencadeadas pela Polícia Judiciária (PJ) e pelo Ministério Público (MP) após o roubo de armamento de Tancos, ocorrido a 28 de junho de 2017.
"O processo penal a partir da dedução da acusação deve ser aberto para todos. O jogo deve ser aberto e, neste momento, o jogo não está a ser igual para o Ministério Público e para a defesa", sublinhou, à saída da sala de audiências, o advogado de João Paulino.
Só quando aquele acesso for autorizado, acrescentou Melo Alves, é que o suspeito falará perante Carlos Alexandre.
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Atualmente, decorre ainda o prazo dado pelo magistrado ao MP para se pronunciar sobre o requerimento entregue pela defesa de João Paulino.
Melo Alves adiantou ainda que o MP já promoveu a libertação do seu cliente no próximo dia 28 de janeiro, por se ter esgotado o prazo máximo para este aguardar o desenrolar do processo na prisão.
João Paulino está acusado de associação criminosa, tráfico e mediação de armas, terrorismo e detenção de cartuchos e munições proibidos.
O processo, que abrange ainda o achamento em outubro de 2017, na Chamusca, de parte do material furtado, conta, no total, com 23 arguidos.
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A instrução continua agora na segunda-feira, dia 27, com a inquirição das primeiras testemunhas abonatórias de Azeredo Lopes, ministro da Defesa à data dos factos e suspeito de ter dado cobertura institucional à recuperação encenada das armas.
As diligências decorrem à porta fechada.