A Câmara Municipal de Odivelas confirmou, esta terça-feira à tarde, que foi alvo de buscas pela Polícia Judiciária durante a manhã, mas assegurou que a "investigação não visa diretamente a autarquia".
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"A Câmara Municipal de Odivelas confirma as diligências efetuadas pela Polícia Judiciária em instalações municipais, na manhã de hoje, no âmbito de uma investigação que não visa diretamente a autarquia", refere ao JN, numa resposta por escrito, o Município liderada por Hugo Martins (PS).
Na nota, a Autarquia acrescenta ainda que "se encontra a colaborar com as entidades competentes", sem adiantar mais detalhes quem são e quais são os atos sob suspeita.
De acordo com a CNN Portugal, o principal alvo das buscas na Câmara Municipal de Odivelas é uma funcionária do departamento jurídico, mulher de Rodrigo Gonçalves, membro da Comissão Política do PSD. Rodrigo Gonçalves, também antigo presidente de uma junta de freguesia de Lisboa, é considerado pela investigação um angariador de negócios com esquemas ilícitos para as autarquias de Oeiras e Odivelas.
O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, já confirmou que a Autarquia a que preside foi também alvo de buscas, rejeitando qualquer responsabilidade. Segundo o autarca, em causa está o projeto Porto Cruz, incluído no Plano de Pormenor da Margem Direita e Foz do Jamor, que já tinha originado buscas em 2018.
Suspeitas de corrupção
Em comunicado, a PJ confirmou que foram esta terça-feira realizadas 25 "buscas domiciliárias e não domiciliárias, designadamente, em duas Câmaras Municipais, uma Junta de Freguesia, em 13 empresas e em nove residências, todas situadas na Área Metropolitana de Lisboa".
Há suspeitas da prática dos crimes de "corrupção ativa e passiva para ato ilícito, de participação económica em negócio e de prevaricação" no âmbito da contratação de prestações de serviços e recursos humanos.
"A investigação da Polícia Judiciária, após a realização dos competentes exames e intervenção pericial, prosseguirá visando o cabal esclarecimento dos factos que integram o objeto do inquérito, o apuramento da verdade e a célere conclusão da investigação", conclui, na nota, a instituição. O inquérito é titulado pelo Ministério Público de Lisboa.