Caso das Convertidas: Filha e genro de Mesquita Machado em silêncio no Tribunal
Os quatro arguidos que começaram a ser julgados no Tribunal de Braga, entre os quais a filha e o genro do ex-autarca Mesquita Machado, recusaram-se esta segunda-feira, a prestar declarações perante os juízes. Estão acusados de participação económica no negócio da compra camarária, em 2012, de três edifícios anexos ao Convento das Convertidas, que iriam servir para acolher uma pousada da juventude.
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Embora não queiram, para já falar, os quatro empresários - entre eles Ana Catarina e José Pedro Sampaio Castro - contestaram a acusação, negando ter praticado o crime. Garantiram que, na compra pela Câmara dos três prédios - que não se chegou a concretizar - "não foi lesado o interesse patrimonial da Autarquia que não perdeu nem um euro". Alegam ainda que a acusação não lhes aponta nenhum facto concreto, baseando-se em suposições.
Recorde-se que Mesquita Machado foi condenado, em 2018, a três anos de prisão, com pena suspensa, por participação económica em negócio, no chamado caso das Convertidas.
Agora, o Tribunal julga os quatro por suspeitas de, em conjunto com Mesquita Machado, terem montado uma operação para salvar da falência a empresa do casal, a Castro & Castro Rodrigues, SA, e o então sócio, Pedro Castro Rodrigues. Deviam 2,7 milhões de euros ao BCP e mais um milhão ao empresário Manuel Duarte.
Na sua contestação, Manuel Duarte, acusado de ter participado no "negócio" através de um empréstimo de um milhão, argumenta que tal é "descabido" já que é alheio a qualquer tentativa de favorecimento dos outros arguidos. Diz que desconhecia a situação financeira da empresa que detinha os imóveis, a CCR II, bem como qualquer plano para construir uma Pousada da Juventude na zona.
Por sua vez, Pedro Castro Rodrigues que era sócio do genro de Mesquita, diz que não teve influência na decisão camarária de adquirir os prédios. Garante, ainda, não ser verdade que o património da CCR II não chegasse para pagar a dívida ao banco, sendo falso que a expropriação por 2,9 milhões fosse beneficiar a firma.