Os catalisadores usados nos automóveis são os novos alvos de grupos criminosos. Só nas últimas duas semanas, e apenas em Odivelas e Loures, da Área Metropolitana de Lisboa, a PSP apanhou seis homens a furtar esta peça colocada no tubo de escape para controlar a emissão de gases poluentes.
Corpo do artigo
Os catalisadores furtados, apurou o JN, são vendidos, intactos e no mercado negro, a oficinas que, em seguida, os utilizam para substituir peças avariadas nas viaturas dos clientes. Ou são desmantelados para que seja possível retirar os componentes em platina, ródio e paládio, materiais nobres e com um alto valor de mercado. Num caso ou noutro, os assaltantes chegam a lucrar mais de mil euros por cada catalisador furtado.
O fenómeno está a ganhar dimensão um pouco por todo o país, mas foi entre Odivelas e Loures que a PSP registou, nas últimas semanas, um número anormal de casos. Todos ocorridos em plena luz do dia e na rua onde os carros estavam estacionados. No dia 19, três homens, entre os 26 e os 30 anos, foram surpreendidos por polícias na posse de uma rebarbadora e de um macaco hidráulico usados nos furtos.
Três dias depois, a detenção aconteceu em Odivelas. O assaltante, de 37 anos, foi intercetado, pelas 14.30 horas, a cortar o tubo de escape de um carro estacionado na rua.
Na segunda-feira, a PSP deteve mais dois homens, de 36 e 51 anos, em Odivelas. Eram 12.15 horas e os indivíduos foram apanhados a iniciar a operação para cortar o tubo de escape e fugir na posse do catalisador.
Esquema estudado
Os assaltantes aproximam-se do carro munidos de um martelo pneumático para levantar o carro. Depois, um deles coloca-se debaixo da viatura e corta o tubo de escape junto ao local onde está instalado o catalisador. A fuga é concretizada calmamente.
Investigação continua
A PSP continua a investigar estes furtos de catalisadores usados nos automóveis. O objetivo é perceber se os vários detidos têm ligações entre si e se os crimes eram planeados no âmbito de organização.