Cerimónias fúnebres de vítimas de massacre em Setúbal começam esta quinta-feira
As cerimónias fúnebres das vítimas do massacre do passado domingo numa zona de hortas e pombal perto do Bairro da Bela Vista, em Setúbal começaram esta quinta-feira. O corpo de Alberto Almeida, 66 anos, está a ser velado na capela da Igreja de São José, em Setúbal. O cortejo fúnebre realiza-se na manhã desta sexta feira em direção ao Cemitério de Algeruz.
Corpo do artigo
O corpo de Mário Andorinha, 64 anos, ainda não foi libertado pelo Instituto de Medicina Legal devido a burocracias. Será cremado no Crematório de Algeruz. Os detalhes das cerimónias fúnebres de Rui Felício, a terceira vítima do homicida Cesário, não são conhecidas ainda, tão pouco as do homicida.
Os três foram vítimas de uma emboscada fatal por Cesário, indigente sem abrigo nuns terrenos onde este residia há décadas e onde vizinhos exploravam pequenas hortas. No domingo de manhã, às 8 horas, Cesário decidiu matar todos os que lhe aparecessem à frente com uma caçadeira de canos serrados que tinha em sua posse.
O homicida não admitia que os vizinhos o chamassem à atenção pelo barulho dos seus cães e exigissem que este pagasse pelas galinhas que os animais matavam. Afinal estava há muito mais tempo no espaço que acreditava ser seu.
Se estivessem mais pessoas no local, certamente que haveria mais mortos, acredita a investigação, pelas mãos do homem sem abrigo que vivia em condições deploráveis e que se achava o dono de todo o espaço ocupado por hortas e pombais.
Alberto Almeida, 66 anos, foi presidente da Sociedade Columbófila de Setúbal até ao ano passado e era atualmente Secretário. Morreu quando tratava das portinholas dentro do pombal para receber pombos de competição que partiram de Cáceres rumo a Setúbal numa prova de velocidade. A Sociedade Columbófila de Setúbal divulgou o vídeo do lançamento dos pombos a partir de Espanha.
Alberto residia no Bairro Afonso Costa, em Setúbal e era eletricista da EDP. Deixa mulher, filhos e netos.
Mário Andorinha, 64 anos, a acompanhar a chegada dos pombos. Era eletricista mecânico numa oficina na Estrada dos Ciprestes, também morava em Setúbal, no Bairro Afonso Costa e era entusiasta da columbofilia, a criação de pombos de competição. Deixa também família.
Rui Felício, cerca de 45 anos, era empresário de construção civil e residia no Bairro da Bela Vista. Tinha uma horta no local e tentou fugir do homicida quando ouviu os tiros que abateram os columbófilos. Faleceu junto à sua carrinha. Deixa dois filhos, menino e menina.