Ordem para quarentena é da responsabilidade da linha SNS 24 ou do delegado de saúde. Agentes da autoridade passam a ser prioritários na realização de testes de despiste.
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Os polícias não necessitam de autorização do comandante da esquadra, nem da Direção Nacional da PSP para entrar em isolamento profilático ou em quarentena. A garantia é dada pelo presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Paulo Rodrigues, que ao JN explica que é às autoridades de saúde que cabe a responsabilidade de decidir quem pode refugiar -se em casa. O dirigente sindical também tinha exigido que as forças de segurança tivessem prioridade na realização de testes de despistagem da Covid-19, medida ontem anunciada pela secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar.
Ao JN, chegaram queixas de polícias que continuam a trabalhar em esquadras com casos positivos de Covid-19 diagnosticados. Os agentes alegaram que se sentem em perigo, porque, apesar de terem contactado com colegas infetados, não foram sujeitos a testes de despistagem, e culpam os superiores hierárquicos pela omissão.
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Para Paulo Rodrigues, esta acusação não faz sentido. "Os polícias têm de telefonar para a linha do SNS 24 e não falar com o comandante. São os profissionais de saúde que vão dizer se faz sentido o polícia entrar em quarentena ou fazer o teste de despistagem", assegura. O presidente da ASPP vai mais longe: "Não é o comandante que tem de decidir fechar uma esquadra devido à doença. Essa decisão é de uma autoridade de saúde".
Risco de reduzir efetivo
O dirigente sindical acrescenta que, caso os polícias não consigam aceder à linha do SNS24, podem recorrer ao delegado de saúde local, que também tem autoridade para mandar o agente para casa.
"Se receber indicações para entrar em quarentena, a única coisa que o polícia tem de fazer é informar o comandante, que não pode impedir o isolamento", descreve.
O líder da ASPP também já tinha exigido que as forças de segurança tivessem acesso prioritário a testes de despistagem. "Temo que daqui a dias o efetivo da PSP fique muito reduzido, pois tem havido um aumento exponencial de polícias em quarentena", justificou.
O alerta levou, ontem, Patrícia Gaspar a apresentar uma solução. "Vamos ter uma linha prioritária para a forças e serviços de segurança e também para bombeiros e, aos poucos, estamos a consolidar este sistema, porque por cada elemento suspeito há uma série de elementos que acabam por ficar também impossibilitados de cumprir a sua ação", disse.
A governante considera, igualmente, necessário "despistar o mais depressa possível" os elementos destas organizações, por terem "papel fundamental na manutenção da ordem".