Três homens sem-abrigo confrontaram-se fisicamente, numa das zonas mais movimentadas do Porto, e dois deles foram parar ao hospital. Um deles foi cortado com uma faca na testa e outro sofreu um golpe profundo na cabeça causado por uma garrafa partida.
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Depois de receberem assistência médica, os feridos regressaram ao local dos distúrbios e a PSP teve de deslocar, pela segunda vez em cerca de três horas, vários agentes para pôr termo às ameaças de retaliação. Ninguém foi detido.
Eram 15.40 horas quando o primeiro sobressalto teve lugar, na Rua Dr. Alves da Veiga. Sem motivo aparente, dois sem-abrigo, que costumam frequentar esta artéria situada nas imediações do centro comercial Via Catarina, agrediram-se mutuamente a murro e pontapé. Durante o embate, um terceiro sem-abrigo foi em socorro do amigo e usou uma faca para fazer um corte ao longo de toda a testa do oponente daquele. Em reação, o esfaqueado agarrou numa garrafa, partiu-a e usou-a para golpear quem o tinha atacado. O golpe foi profundo e feito atrás de uma das orelhas.
Fugiu a sangrar da cabeça e com faca na mão
A sangrar abundantemente, o ferido com a garrafa partida fugiu do local, ainda de faca em punho, pela Rua de Fernandes Tomás e, perante a surpresa de muitas pessoas que passavam naquela zona, seria intercetado por dois polícias, em serviço de gratificado numa obra, já perto do Mercado do Bolhão. Foi, em seguida, transportado para o Hospital Santo António, enquanto o esfaqueado na testa foi levado, quase ao mesmo tempo, para o Hospital São João.
Ambos tiveram alta médica e, pouco depois das 17 horas, já estavam de regresso à Rua Dr. Alves da Veiga. Não se chegaram a cruzar, mas o homem que foi esfaqueado na testa encontrou aquele com quem tinha, em primeiro lugar, trocado agressões e voltou a ameaçá-lo. Garantia que iria vingar-se do corte na testa e a discussão prolongou-se por vários minutos até à chegada da PSP.
Os mais de dez polícias separaram os dois homens e identificaram-nos antes de os libertar pela segunda vez.
Comerciantes da zona asseguraram, ao JN, que não foi a primeira ocasião que distúrbios deste género e com protagonistas semelhantes aconteceram na Rua Dr. Alves da Veiga.