PSP sem efetivos para assegurar segurança do evento estudantil e do perímetro do tribunal.
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A sessão de 6 de maio do julgamento da Operação Pretoriano, que se realiza no Tribunal de S. João, no Porto, vai ser adiada por falta de polícias para assegurar a segurança. No mesmo dia, decorre o Cortejo da Queima das Fitas, evento que atrai dezenas de milhares de estudantes ao centro da cidade e implica vários cortes de trânsito e patrulhas especiais. Já foram realizadas oito sessões de julgamento e previam-se mais sete sessões até 13 de maio. Ainda antes deste adiamento, a juíza Ana Dias tinha alertado que os trabalhos estavam a demorar mais tempo que o esperado e que iam ser precisas mais datas para ouvir todas as testemunhas arroladas.
O adiamento da sessão de 6 de maio foi decidido pelo coletivo de juízes no passado dia 1 de abril, após a receção de um aviso do Comando do Porto da PSP. A comunicação alertava que, dada a necessidade de destacar um elevado dispositivo policial para o evento da Federação Académica do Porto, não seria possível garantir a segurança do julgamento, considerado como de alto risco. Assim, o mesmo foi adiado.
Desde o seu início, a 17 de março, que o mediático julgamento tem vindo a ser rodeado de elevadas medidas de segurança e uma forte presença policial. O trânsito automóvel tem sido cortado nas ruas circundantes e apenas moradores ou pessoas com assuntos a tratar no tribunal podem passar pelas barreiras policiais montadas nas ruas das Taipas e do Comércio do Porto e ainda no Largo de S. João Novo.
Queriam coagir sócios
Em julgamento está um alegado plano montado por Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, que visava intimidar e coagir os sócios do F. C. do Porto presentes na assembleia geral extraordinária, de 13 de novembro, a aprovar as alterações aos estatutos do clube, supostamente mais favoráveis à direção vigente.
Segundo o Ministério Público, os arguidos – “Macaco”, a mulher, Sandra Madureira, o ex-oficial de ligação aos adeptos Fernando Saul e outros destacados elementos dos Super Dragões – pretendiam a reeleição de Pinto da Costa de modo a manter os privilégios de que até então iam beneficiando e que se traduziam em elevados dividendos financeiros.