O menino de 12 anos que fugiu de casa a pé, a semana passada, na localidade de Vessada, em Nariz, Aveiro, e caminhou descalço até ser encontrado na rua, em Aradas, já teve alta do Hospital Infante D. Pedro e seguiu para um centro de acolhimento temporário.
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A medida, confirmou ao JN fonte oficial da Comarca de Aveiro, foi tomada pelo Tribunal de Família e Menores, num processo de promoção e proteção.
Depois de percorrer 12 quilómetros, o menino seria encontrado por um popular, que, ao vê-lo descalço e com ferimentos na face e no pescoço, o levou à PSP. Por haver suspeitas de maus-tratos, nomeadamente da mãe e do padrasto, o menor foi para o hospital, com lesões superficiais. À vizinhança, a mãe contou que discutira com o filho e lhe dera "uma estalada", por ele a ter mandado calar-se de forma grosseira. Do ponto de vista clínico, a criança poderia ter tido alta no próprio dia. Mas, pelas suspeitas de maus-tratos, ficou ao cuidado do Serviço Social do hospital, que transmitiu o caso à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e ao Ministério Público.
O caso passaria para a alçada da CPCJ de Águeda, de onde o menor se mudara com a família no início do mês e onde já fora referenciado por suspeitas de maus-tratos. Tais suspeitas foram levantadas por uma vizinha que denunciou que a mãe e o padrasto agrediam diariamente o menor. Um inquérito-crime foi aberto, mas, em maio, seria arquivado, com base em informações da escola e do centro de saúde.