O Tribunal de Lisboa suspendeu a pena de prisão de um ano e três meses a Alexandre Alves Ferreira porque entendeu que os crimes praticados não assumem gravidade muito elevada.
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O antigo Relações Públicas foi condenado por seis crimes de abuso de designação e um de falsidade de informática por se ter passado por um consultor do Presidente da República para tentar junto de empresas e personalidades angariar dinheiro e bens para si.
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O arguido terá ainda que pagar 500 euros, a título de indemnização por danos morais, ao verdadeiro consultor, Duarte Vaz Pinto, que já manifestou a intenção de os doar a uma associação de vítimas dos fogos de Pedrógão Grande.
No acórdão da sentença, a que o JN teve acesso, pode-se ler que o tribunal admite que "a simples censura do facto e a ameaça da prisão realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punição".
Os crimes aconteceram em 2017. O arguido tentou que Leonor Freitas, da Casa Ermelinda Freitas, e Manuel Violas, do grupo que detém a Solverde, lhe transferissem para a conta da sua mãe seis mil euros. Em causa uma cirurgia a uma vítima, fictícia, dos incêndios de Pedrógão Grande, em nome do Presidente da República. A transferência teria que ser imediata pois havia o risco de a vítima falecer, mas os empresários não a realizaram.
O antigo Relações Públicas realizou vários telefonemas a empresários portugueses e pessoas de renome fazendo-se passar por Duarte Vaz Pinto. Em nenhum conseguiu obter os bens solicitados. O arguido ligou ao casino Solverde a solicitar agendas e canetas, mas a pessoa que contactou, que conhecia bem Duarte Vaz Pinto, telefonou-lhe imediatamente e verificou que se tratava de uma mentira.
O tribunal avaliou ainda a hipótese de substituir a pena por trabalho a favor da comunidade, mas tal não seria suficiente, do ponto de vista do tribunal, "para evitar que no futuro voltasse a agir nos mesmos moldes". Também a ausência do arguido em todo o julgamento impossibilitava essa medida, já que esta só é aplicada com a sua aceitação em tribunal.