Cunhas políticas para admissão de funcionários na câmara de Mesão Frio sob suspeita
A Polícia Judiciária de Vila Real realizou buscas na terça-feira, na Câmara de Mesão para recolher documentos sobre concursos de recrutamento de pessoal, nos últimos anos. Existem suspeitas de cunhas motivadas pela cor política na admissão de dezenas de funcionários. O processo ainda não tem arguidos constituídos.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, foi na terça-feira de manhã que os inspetores de luta contra crimes de corrupção da Polícia Judiciária de Vila Real entraram no edifício da autarquia trasmontana. O objetivo era recolher todos os processos de recrutamento de pessoal dos últimos anos.
Em causa estão suspeitas de crimes de prevaricação e os principais visados são os membros dos vários júris que escolheram os candidatos admitidos no final dos processos. Existem presunções que vários dos candidatos foram beneficiados em detrimentos de outros apenas por serem da cor política certa. Em alguns casos, a investigação vai querer apurar se os escolhidos foram favorecidos por terem participado em campanhas eleitorais ou como pagamento de favor político.
O JN sabe que este processo nasceu de uma denúncia que chegou ao Ministério Público há já largos meses e que envolve os dois últimos mandatos. Na mira estão as contratações feitas no tempo do anterior executivo, de Alberto Pereira, mas também do atual, de Paulo Silva, ambos eleitos pelo Partido Socialista.
Contactado pelo JN, Paulo Silva confirmou a realização das buscas e que o objeto da investigação prende-se com o recrutamento de pessoal. "Não posso acrescentar muito porque o processo está em segredo de justiça, mas a câmara municipal disponibilizou tudo o que foi solicitado pelos inspetores e irá colaborar com a investigação. Aguardamos", disse o atual autarca.
Ainda segundo apurámos, a PJ irá agora analisar todos os processos de admissão para aferir da legalidade de cada um. Outras diligências a realizar pelas autoridades nos próximos meses, prendem-se com a audição de todos os candidatos que foram admitidos mas também aqueles que foram excluídos.
Em causa estão concursos para admissão de assistentes técnicos e operacionais, bem como técnicos superiores que entraram para a função pública entre 2020 e 2023.