Animal que esteve amarrado junto à porta de um hipermercado foi devolvido pelas pessoas que o resgataram. Restituição intermediada por casal mistério.
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"Deco", o cão que uma família de Gondomar tentava recuperar há três semanas, foi devolvido pelas pessoas que o tinham resgatado depois de estar, cerca de sete horas, amarrado junto a um hipermercado. A entrega do animal foi feita, esta sexta-feira, numa clínica veterinária, mas o dono do cão não dá o caso por encerrado. António Silva quer saber quem levou o animal e onde é que esteve. E, por isso, vai apresentar queixa.
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Tal como o JN avançou, o conflito começou na manhã de 23 de setembro, quando António Silva foi comprar pão a um hipermercado. Como era costume, o homem, de 57 anos, amarrou o cão a um suporte de bicicletas colocado à porta do estabelecimento e foi às compras. No regresso, esqueceu-se de levar "Deco" e este permaneceu cerca de sete horas amarrado, até ser resgatado por pessoas que passaram no local.
Ao final desse dia, após dar pela ausência de "Deco", o dono tentou recuperá-lo, mas quem estava na sua posse alegava que o animal tinha sido abandonado e vítima de maus-tratos.
O impasse manteve-se até quinta-feira, quando um casal se deslocou a casa de António Silva para intermediar o diferendo. "Não se identificaram, nem revelaram onde estava o cão. Só disseram que quem tinha o animal estava recetivo a entregá-lo", conta António Silva.
A prima, Manuela Marques, acrescenta que, já na manhã desta sexta-feira, uma daquelas pessoas - que apenas sabe chamar-se Ricardo - lhe telefonou para combinar a entrega de "Deco" numa clínica veterinária de Gondomar. Exigia, contudo, que fosse colocado um chip de identificação no animal. "O homem chegou com o cão, assistiu à colocação do chip e acompanhou-nos até ao carro. Disse que teve conhecimento do caso pelas redes sociais, mas não respondeu a mais nenhuma das nossas questões", conta.
António Silva é, com o regresso de "Deco", um homem feliz. Porém, reclama mais explicações sobre o sucedido. "Quero saber quem levou o meu cão e onde é que esteve este tempo todo. Já dei indicações a um advogado para avançar com uma queixa. Foram três semanas de ansiedade", queixa-se António Silva.