O Tribunal de Viseu começa a julgar, no dia 18 de janeiro, um médico dentista, de 48 anos, que está acusado pelo Ministério Público de um crime de abuso sexual de adolescente. A vítima, de 16 anos, é uma amiga da sua filha.
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Os abusos ocorreram há dois anos numa viagem de carro no regresso a Viseu, após um passeio de barco em Aveiro. Na viatura, seguiam o suspeito, as suas duas filhas, a vítima e o irmão desta. A adolescente ia sentada no banco traseiro, entre o irmão e a amiga.
Quando todos estavam a dormir, "o arguido esticou e direcionou o braço direito na direção das pernas" da vítima, "colocando a mão na canela da perna direita desta, próximo do joelho, fazendo-lhe festas, o que fez com a jovem acordasse", indica a acusação. Incomodada, a adolescente afastou a mão do homem e "fingiu que tinha adormecido".
Mais tarde, o suspeito voltou a "esticar o braço em direção ao corpo" da adolescente "e deslizou a mão pela sua perna, acariciando-a, até chegar ao botão e ao fecho dos calções que aquela trazia vestidos, os quais desapertou". Depois, "introduziu a mão no interior dos calções e das cuecas do biquíni", apalpando-a.
A seguir, refere o Ministério Público (MP), o dentista apalpou também os seios da menor e "disse-lhe que a amava, perguntando-lhe se também o amava", ao que "esta respondeu que não". Ainda lhe pediu o contacto de telemóvel, mas a jovem recusou.
A vítima, "visivelmente nervosa e ansiosa", contou tudo à mãe mal chegou a casa. No mesmo dia, a familiar apresentou queixa na PSP.
O arguido pode ser condenado a dois anos de cadeia. O MP quer que o dentista seja proibido de trabalhar com menores e que seja "condenado a indemnizar a vítima pelos incómodos psíquicos e prejuízos morais que lhe causou".