Hugo Carneiro, o atual deputado do PSD que foi na manhã desta quarta-feira alvo de buscas no âmbito da investigação sobre alegados pagamentos de assessorias partidárias com verbas públicas, envolvendo Rui Rio, garante que vai colaborar com a PJ para esclarecer que sempre atuou na "defesa do interesse público".
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Hugo Carneiro é um dos suspeitos da investigação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) que, nesta quarta-feira, realizou 20 buscas, 14 delas domiciliárias, cinco a instalações de partido político e uma em instalações de Revisor Oficial de Contas, na zona da Grande Lisboa e na zona Norte do país.
No início desta tarde, no parlamento, Hugo Carneiro, que foi assessor do grupo parlamentar do PSD, confirmou ter sido alvo de buscas e que as autoridades apreenderam o seu telemóvel.
"Há muitas coisas que constarão eventualmente do processo e que desconheço. Portanto, a seu tempo, o processo irá desenvolver-se normalmente e que aquilo que me for questionado, não deixarei de responder. A minha atuação sempre foi pautada pela defesa do interesse público", afirmou Hugo Carneiro aos jornalistas.
Em comunicado, a Polícia Judiciária esclareceu que "está em causa a investigação à utilização de fundos de natureza pública, em contexto político-partidário, existindo suspeitas da eventual prática de crimes de peculato e abuso de poderes (crimes da responsabilidade de titulares de cargos políticos), a factos cujo início relevante da atuação se reporta a 2018".
Em causa estão suspeitas do uso de verbas alocadas ao grupo parlamentar do PSD, para pagamento de salários de assessores que estariam a trabalhar para o partido e não na realização de serviços para o trabalho parlamentar.
A casa de Rui Rio e as sedes nacionais e distritais do Porto do partido também foram alvo de buscas. O inquérito, a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, ainda não tem arguidos constituídos.