O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, apelou esta quinta-feira aos jovens que "não tenham" comportamentos como o dos cinco adolescentes que, nos últimos dias, foram identificados por ameaçarem com massacres em várias escolas de Norte a Sul do país, gerando o pânico entre estudantes e familiares.
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As ameaças foram propagadas em particular na rede social Tik Tok e os seus autores nunca quiseram pôr em prática qualquer ataque esta quinta-feira, dia em que se assinala os 24 anos do massacre de Columbine, nos Estados Unidos da América, no qual morreram 13 alunos e professores.
"Não vale a pena terem estes comportamentos. Por muito que depois possa aqui haver uma atuação desculpabilizante relativamente ao facto de não quererem concretizar qualquer tipo de ataque, o certo é que é criado um sentimento de muita insegurança e intranquilidade no seio escolar que importa afastar", afirmou, à margem de uma conferência organizada pela Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da PJ, em Lisboa, Luís Neves, acrescentando que as autoridades atuarão sempre que tiverem de o fazer.
O dirigente reiterou ainda a "necessidade" de atividade online dos jovens ser acompanhada pela família e pelas escolas. "É preciso todos termos um trabalho coletivo no sentido de identificar o mais cedo possível padrões e comportamentos desviantes, não só para podermos, estruturas do Estado, atuar a montante, [como também] para podermos antecipar comportamentos desviantes futuros, esses sim que podem levar à prática de crimes de dano e de ataque às próprias pessoas", sustentou Luís Neves.
"Algum voyeurismo"
A PJ anunciou esta quinta-feira, em comunicado, que identificou cinco menores de Lisboa, Leiria e Aveiro que propagaram ameaças de massacres escolares, aludindo a Columbine.
Aos jornalistas, Luís Neves precisou que os jovens têm "14, 15 anos" e vivem num contexto de "desagregação e desarticulação familiar". "Precisam, de facto, de ser monitorizados e acompanhados do ponto de vista social, de inserção e - há casos em que isso já se coloca - do ponto de vista médico", sublinhou, acrescentando que os menores atuaram por "necessidade de algum voyeurismo" e não por terem "intenção de praticar os crimes".
Na nota emitida ao início da tarde, a PJ referira já que os adolescentes identificados "assumiram a autoria das publicações, não tendo noção da dimensão e do impacto que as suas ações viriam a tomar".