Diretor nacional da PJ diz que crimes de ódio estão a aumentar e promete "combate feroz"
O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) afirmou esta terça-feira que os crimes de ódio estão a aumentar em Portugal e prometeu um "combate feroz", em particular, da Unidade Nacional Contraterrorismo (UNCT).
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"Os crimes de ódio estão em pleno crescimento. Há uma grande difusão destas mensagens, designadamente contra mulheres. Perseguem-nas, perseguem pessoas de outras nacionalidades, de outros credos, de outras raças", relatou.
Sem apresentar dados, Luís Neves alertou para o crescimento deste tipo de crime, depois de a PJ ter detido hoje um cidadão luso-brasileiro por alegadamente ter cometido crimes de incitamento ao ódio, como oferecer um pagamento pela morte de uma jornalista brasileira residente em Portugal.
A propósito do caso, o diretor nacional da PJ considerou inaceitável o recrutamento e radicalização sobretudo de jovens para "atacar mulheres só porque são mulheres, ou para atacar pessoas de outras origens".
"Estamos a falar de crimes politicamente motivados e essa é uma das grandes preocupações, a par da violência que também decorre da difusão destas mensagens, muitas vezes assente na manipulação, nas "fake news"", acrescentou.
Apontando o combate aos crimes de ódio como um dos objetivos da UNCT, Luís Neves sublinhou ainda, dirigindo-se em particular à extrema-direita, que quem cometer aquele tipo de crimes poderá contar com "combate feroz por parte da PJ".
A UNCT deteve hoje, em Vila Real, fora de flagrante delito, um homem "fortemente indiciado de ter difundido nas redes sociais uma publicação na qual incita à violência contra um grupo de pessoas de nacionalidade estrangeira".
Em comunicado, a PJ explicou que nestas publicações nas redes sociais o suspeito "oferecia como recompensa um apartamento no centro de Lisboa [no valor de 300 mil euros] a quem realizasse um massacre e exterminasse determinados cidadãos estrangeiros e um bónus adicional de 100 mil euros a quem atentasse contra a vida de uma jornalista brasileira que trabalha em Portugal".
O suspeito tem, segundo a PJ, antecedentes por crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência, tendo sido apreendidos durante a detenção elementos de prova relativos ao seu radicalismo ideológico, não especificados.
Em junho, a PJ já tinha desmantelado uma milícia armada de extrema-direita, com centenas de munições, armas militares, algumas das quais produzidas através de tecnologia 3D, e explosivos apreendidos.
