O presidente da República elogiou, esta terça-feira, o diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, considerando que tem protagonizado uma "grande liderança", e os primeiros-ministros António Costa e Luís Montenegro pela sua escolha e recondução.
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Marcelo Rebelo de Sousa discursava numa sessão solene evocativa do 80.º aniversario desta polícia criminal, na sede da PJ, em Lisboa, perante o diretor nacional da PJ, Luís Neves, e a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice.
Na sua intervenção, o chefe de Estado deixou uma "palavra de gratidão" a António Costa "pelo seu empenho na resolução de um problema num momento difícil da vida da PJ", ao "escolher a liderança" desta polícia e "assumir perante a liderança compromissos sérios em termos de natureza organizativa, estatutária, financeira e pessoal".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a escolha de Luís Neves para liderar a PJ, em 2018, foi "uma das melhores escolhas daquele primeiro-ministro e daquele Governo". Essa nomeação "contou o apoio dos demais órgãos de soberania, a começar no presidente da República", referiu.
"O então primeiro-ministro, acompanhado pela ministra da Justiça nesse tempo [Francisca van Dunem], mas sobretudo o primeiro-ministro foi crucial na viragem da instituição", acrescentou. "É devida essa gratidão", reforçou.
Mais à frente, o presidente da República considerou que Luís Neves tem protagonizado uma "grande liderança" e que é devido também "outro elogio ao primeiro-ministro que sucedeu ao doutor António Costa, o doutor Luís Montenegro, e a outra ministra, a atual ministra da Justiça", pela "noção da continuidade e do sentido de regime" ao reconduzirem o diretor nacional da PJ.
Luís Neves foi nomeado diretor nacional da PJ em 2018, reconduzido em 2021, ainda durante a governação do PS, e novamente no fim ano passado, pelo anterior Governo PSD/CDS-PP chefiado por Luís Montenegro, com a atual ministra da Justiça, por mais três anos.
Marcelo Rebelo de Sousa lamentou que a sucessão de governos conduza a constantes mudanças de políticas e lideranças.
"Mas aqui houve o sentido de regime de perceber que uma pedra de toque da vida desta instituição era continuar a liderança, era prosseguir a liderança. E mais: quem governa a justiça ir mais longe ainda do que se foi no passado. E aqui foi dito onde e como: mais longe na digitalização, mais longe na investigação, mais longe na sofisticação dos meios, mais longe no recrutamento da juventude. E isto é uma grande vitória para Portugal", elogiou.
"Viragem" na PJ
De acordo com o chefe de Estado, "a viragem que se deu" na PJ "não teve apenas a ver com os meios financeiros", mas "é óbvio que o estatuto reforçado foi fundamental".
"Teve penosidades, como imaginam, para o poder político, o anterior e o atual. O anterior, que penou até ao seu fim em termos de governação com ele, e o atual, que resolveu logo no início, para não ter de penar duradouramente com esse sentimento de comparação relativa. Mas não é só isso", prosseguiu.
O presidente da República apontou como características da liderança de Luís Neves "a competência, a eficácia, o espírito corpo, o entusiasmo, a capacidade de renovação, o apostar no passado, certamente, mas ainda mais no futuro".
No fim do seu discurso, anunciou que a condecoração de Luís Neves "terá de aguardar pelo termo das funções", por "uma questão de convenção", e que para já iria "agraciar a Polícia Judiciária com o título de membro honorário da Ordem de Cristo".
"Não é apenas obra do líder, embora sendo um grande líder. É obra de todos vós. De todas vós e de todos vós", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, dirigindo-se aos presentes no auditório.
