Diretora de laboratório suspeita de falsificar análises fica em casa com pulseira eletrónica
A diretora do Laboratório Regional de Trás-os-Montes, detida no âmbito da Operação Gota D’Água que investiga a falsificação de análises de água destinada ao consumo humano, ficou com obrigação de permanência na habitação com pulseira eletrónica, decidiu esta segunda-feira o Tribunal.
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Já para os restantes 18 arguidos, incluindo uma analista que se encontrava também detida, o juíz de instrução aplicou, além do termo de identidade e residência, medidas de coação de suspensão do exercício de funções e a obrigação de não contactar, por qualquer meio, entre si e com os demais arguidos do processo, as testemunhas e qualquer funcionário do laboratório.
No caso do vereador da Câmara Municipal de Vila Flor, Luís Policarpo, que esta segunda-feira não prestou declarações aos jornalistas à entrada e à saída do Tribunal, à semelhança dos restantes arguidos, o juiz decidiu que também não pode contactar com funcionários da autarquia que exerçam funções no âmbito do ambiente e controlo de qualidade de águas.
Os 19 arguidos estão indiciados da prática dos crimes de falsidade informática, abuso de poder e, no caso do autarca de um crime de prevaricação. Quer isto dizer que caíram os crimes de falsificação de documento agravado, associação criminosa, propagação de doença e falsificação de receituário.
A PJ acredita que as análises eram falsificadas para que os clientes do laboratório escapassem a elevadas coimas ou para que, no caso de equipamentos municipais, estes não encerrassem e acumulariam eventuais prejuízos. Durante meses, os dirigentes e funcionários do laboratório e os funcionários públicos foram alvo de escutas. Além das interceções telefónicas, o inquérito também contou com vigilâncias aos suspeitos