O proprietário de um minimercado de Arouca acusado de ter atingido um homem com dois tiros em consequência de uma quezília foi condenado, na tarde desta quarta-feira, pelo Tribunal da Feira, a cinco anos e seis meses de prisão pelo crime de homicídio, na forma tentada.
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Na leitura do acórdão, em que o coletivo de juízes deu como provados a maioria dos factos da Acusação, o arguido foi condenado a uma pena de prisão efetiva pelo crime de homicídio, na forma tentada e um crime de detenção ilegal de arma.
Os factos ocorreram em agosto de 2021 e envolvem o proprietário de um minimercado da freguesia de Chão de Ave e um familiar de uma funcionária que o arguido despediu por desconfiar que a mesma lhe andava a furtar alguns produtos.
Durante as sessões de julgamento, o arguido de 26 anos justificou perante os juízes que andava a ser ameaçado por familiares de uma colaboradora que despediu do minimercado. Motivo pelo qual diz ter adquirido uma arma, com a qual baleou um dos familiares da mulher nesse mesmo mês.
Afirmou que foi confrontado com os dois familiares e que, perante a alegada ameaça destes, empunhou a arma.
"Não queria problemas com eles. Pedi para se afastarem". Contudo, acabou por atingir um dos homens com dois tiros.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), o empresário desconfiou que a mulher que ali prestou algumas horas de serviço lhe estaria a furtar produtos.
Acabou por confrontar a mulher com essas desconfianças, tendo-a despedido. Facto que originou um ambiente de conflito entre ambos e alguns familiares da então funcionária.
Ao início da noite de 12 de agosto, antes de entrar no carro para se ir embora e depois de ter fechado o minimercado, o arguido retirou da zona da cintura uma pistola pequena, de cor prateada, que exibiu a uns familiares da ex-colaboradora que residem junto ao minimercado e se encontravam na varanda da habitação.
Ainda nessa mesma noite, o arguido voltaria ao minimercado tendo sido confrontado pelo familiar da mulher com o facto de ter exibido a arma de fogo, duas horas antes.
Como resposta, acabou por mostrar novamente a arma. Momentos depois, saiu do carro e disparou um tiro para o ar.
Perante o disparo do arguido, o homem tentou refugiar-se em casa, mas acabou por ser atingido ainda antes de conseguir entrar.
Depois do primeiro tiro para o ar, o arguido disparou novamente a arma atingindo a vítima na perna esquerda, junto ao joelho.
Aproximou-se depois do homem ferido e disparou novamente, atingindo-o agora na região do abdómen.