Primos detidos por burla de um milhão de euros até o Grindr utilizavam para enganar vítimas
A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na quinta-feira, um homem e uma mulher, primos entre si, suspeitos de três centenas de crimes de burlas por meio informático e de branqueamento de capitais, que terão provocado prejuízos superiores a um milhão de euros.
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Segundo a PJ, além de métodos já conhecidos como as burlas "Olá pai, Olá mãe", falsas mensagens sobre encomendas ou anúncios fraudulentos em plataformas de venda como o "Marketplace" do Facebook, os detidos exploravam também o Grindr, uma aplicação de encontros utilizada, sobretudo, pela comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero).
Nestes últimos casos, os suspeitos começavam por trocar fotografias de cariz sexual com as vítimas. Posteriormente, estas eram ameaçadas com a publicação das referidas fotos, caso não lhes fosse entregue uma determinada quantia de dinheiro.
"As diligências de investigação realizadas pela PJ já permitiram a identificação de cerca de 300 vítimas, espalhadas por todo o país, com 120 queixas-crime formalizadas e identificadas", informou, esta sexta-feira, a força policial, acrescentando que o dinheiro obtido de forma ilícita era dissipado por várias contas bancárias controladas por intermediários - conhecidos como "mulas" - que também foram constituídos arguidos.
Os dois principais suspeitos serão apresentados a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação. A investigação ainda decorre, frisou a PJ.