Dois homens, com residência em Espanha, usaram documentos falsos para abrir dezenas de contas bancárias no Algarve e branquear perto de meio milhão de euros provenientes de burlas informáticas cometidas no estrangeiro. Foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ), em Faro e já foram colocados em prisão preventiva. Em causa estão crimes de falsificação de documentos e branqueamento de capitais.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, a dupla que é de origem africana será oriunda dos Camarões e pertencerá a uma rede internacional de lavagem de dinheiro.
"A investigação, levada a cabo pela Diretoria do Sul da PJ, iniciada há mais de um ano, apurou que os suspeitos, não residentes em Portugal, procediam à abertura de contas bancárias em território nacional, com recurso a múltiplas identificações e outra documentação falsa", explica a PJ.
Utilizando inúmeros documentos falsos, os dois homens, ambos com 28 anos, percorriam agências bancárias, onde abriam contas, apenas destinadas a receber transferências provenientes do estrangeiro. "As contas de passagem serviam para receber e dissipar centenas de milhares de euros, provenientes de países europeus, indiciando que os suspeitos façam parte de uma rede alargada que se dedica ao branqueamento de dinheiro ilícito", adiantou ainda a PJ, que já estava a investigar os dois indivíduos há cerca de um ano.
Apesar de terem uma grande mobilidade, quer nacional, quer internacional, as diligências dos inspetores permitiu monitorizar os indivíduos que acabaram por ser detidos, em flagrante delito, em Faro, quando abriam novas contas bancárias.
"Foi apreendido um importante acervo probatório documental, identificadas duas dezenas de contas bancárias e mais de duas centenas de fluxos financeiros realizados através das mesmas", sublinhou a PJ que vai analisar toda a prova recolhida para tentar apurar toda a extensão da atividade criminosa