Chama-se Museu do Conflito, nasceu no interior do Tribunal da Relação do Porto (TRP) e foi inaugurado esta quinta-feira ao final da tarde no Palácio da Justiça. Com curadoria do historiador Joel Cleto e da museóloga Suzana Faro, vai contar a história da instituição, mas também dos acontecimentos que marcaram a cidade.
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Durante a sessão de inauguração, que decorreu no Salão Nobre, o presidente do Tribunal da Relação do Porto destacou o facto de o museu nascer num "mês simbólico". Para ver, há documentos históricos ou ferramentas obsoletas que "derrotaram o cansaço do tempo", como afirmou o juiz José Igreja Matos, de que são exemplo as tômbolas (ou urnas) em madeira expostas nas vitrinas que eram utilizadas para garantir a aleatoriedade da distribuição dos processos pelos juízes da Relação do Porto. Mas também a exposição e contextualização de processos famosos como o de José do Telhado ou de Camilo Castelo Branco e Ana Plácido.
Na sessão interveio ainda o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (presidente emérito do TRP), que afirmou que o Museu do Conflito "é muito mais do que um repositório da Relação do Porto". "É um espaço que celebra a memória da cidade, dialoga sobre o presente e perspetiva sobre o futuro", sustentou.
Afirmando que o "conflito enquanto divergência e desacordo existe desde os primórdios da Humanidade", o juiz conselheiro Henrique Araújo fez questão de salientar que o museu é inaugurado num "tempo de grande instabilidade mundial", marcado por vários "conflitos regionais a várias latitutes".
Ciente de que é utópico ter um sociedade como Thomas More idealizou, o presidente do Supremo espera que o Museu do Conflito convoque quem o visite "para um mundo melhor". "O Museu é uma demonstração de que a cidade está na vanguarda da democracia, da liberdade, da esperança", finalizou.
As entradas no Museu do Conflito são gratuitas, mas carecem de marcação junto do secretariado do tribunal.