Diana Santos, a emigrante decapitada no Luxemburgo, terá sido assassinada e desmembrada por ter exigido o dinheiro que lhe foi prometido para casar com um cidadão marroquino. Com o "casamento branco", organizado pelo principal suspeito do homicídio, Saïd Banhakeia, a vítima estava convencida de que iria receber 45 mil euros.
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São os últimos pormenores da investigação sobre a morte de Diana Santos, a mulher de 40 anos, natural do Porto e que passou a infância em Vila do Conde. A emigrante terá aceitado casar com um sobrinho do homicida para que este adquirisse a nacionalidade portuguesa e assim pudesse residir no Luxemburgo.
Saïd Banahkeia, 48 anos, que foi detido cerca de três semanas após a primeira descoberta de partes dos restos mortais da vítima, numa aldeia francesa, terá prometido 45 mil euros à emigrante. De acordo com a imprensa luxemburguesa, Diana Santos apenas terá recebido 20 mil euros e exigiu o resto do dinheiro. O confronto terminou com o homicídio da portuguesa. Saïd está em prisão preventiva, mas a data do assassinato não é, ainda, conhecida.
Foi a 19 de setembro que um adolescente encontrou, perto da câmara municipal de de Mont-Saint-Marin, em França, junto à fronteira com o Luxemburgo, um cadáver decapitado e com os membros cortados. As autoridades gaulesas conseguiram identificar Diana Santos através de tatuagens. Testes de ADN acabariam por confirmar a identidade da portuguesa, que nasceu no antigo Bairro S. João de Deus, no Porto.
A investigação tentou logo reconstituir os últimos meses da vítima e apurou que esta teria, em julho, contraído matrimónio com um cidadão marroquino que vivia em França. Depois do casamento, Gibran Banhakeia, sobrinho de Saïd, passou a viver no Luxemburgo, numa casa alugada em Diekirch, onde Diana também pernoitava.
Sensivelmente na mesma altura, a emigrante deslocou-se ao Porto para passar férias. Não estava acompanhada do marido, mas sim do tio deste. Até tiravam fotos visíveis nas redes sociais.
De regresso ao Luxemburgo, Diana foi assassinada e o corpo desmembrado. Partes dos restos mortais que não tinham sido encontrados em França foram descobertos numa floresta na zona de Temmels, na Alemanha. Mais uma vez, os testes de ADN confirmaram tratar-se da emigrante portuguesa.
De acordo com o jornal "Virgule", Diana nasceu em outubro de 1981. Emigrou para Andorra quando tinha cerca de 20 anos. De lá, foi para França e Bélgica, onde passou a maior parte do tempo e onde terá conhecido Saïd. Sempre trabalhou como empregada de balcão em cafés e restaurantes. Era fã de karaoke e chegou a animar muitas festas portuguesas na Bélgica e no Luxemburgo. Quando passava férias em Portugal, onde vive o filho de 21 anos, também procurava cantar. A última vez, terá sido num bar de Vila Nova de Gaia.